Guilherme Peixoto
Representantes da Secretaria de Educação da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) vão se reunir, na quarta-feira (19), com emissários do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-Rede/BH) para tratar de pautas encampadas pela entidade, como a recomposição salarial dos professores do sistema municipal de ensino. A reunião acontecerá no dia anterior a uma paralisação geral nas escolas convocada pelo sindicato.
Segundo apurou O Fator, o fato de o sindicato ter agendado um protesto para a quinta-feira (20), dia seguinte à mesa de conciliação com a Secretaria de Educação chamou a atenção nos bastidores da Prefeitura de BH. O entendimento é de que o resultado da conversa com o poder Executivo poderia ser levado aos docentes em uma assembleia ordinária — e não na plenária prevista para ocorrer na data da paralisação.
Há, ainda, o temor por um esvaziamento da mesa de negociações. A avaliação de interlocutores é de que a existência de uma paralisação previamente agendada pode comprometer as conversas com a prefeitura.
No topo da pauta de reivindicações do sindicato, está o reajuste de 47,02% nos salários dos servidores, bem como reposição inflacionária de 10,25% para professores do ensino fundamental aposentados e de 21,55% para os docentes aposentados da educação infantil.
O Sind-Rede/BH ainda levanta bandeiras como a da redução do número de estudantes por turma e da ampliação do tempo dado aos trabalhadores em educação para o planejamento das aulas.
O Fator procurou o sindicato para repercutir a proximidade entre as datas da mesa de negociação e da paralisação. Por mensagem, a reportagem indagou, por exemplo, se o protesto de quinta-feira será cancelado em caso de sucesso nas conversas com o Executivo.
Nesta terça-feira (20), Vanessa Portugal, uma das representantes do Sind-Rede/BH, retornou ao contato feito pela reportagem e explicou que a paralisação de quinta-feira está mantida por motivos como a redução no número de professores da educação infantil e a alteração no horário das Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEIs). Segundo ela, a mesa de conciliação com a prefeitura foi instaurada após pressão sindical. As mudanças, segundo Vanessa, alteraram os locais de trabalho de docentes.
“O ato do dia 20, das professoras da educação infantil, já estava agendado e foi mantido porque existe um grau de instabilidade enorme nas EMEIS. Caso as negociações do dia 19 sejam positivas, será um bom momento para esclarecer a categoria sobre como as coisas serão encaminhadas caso não seja um momento de mostrar a insatisfação. A insegurança é muito grande mesmo, porque a prefeitura não paralisou o processo de transferência dos profissionais até que as negociações acontecem, motivo que aumenta a necessidade de deixarmos marcado o encontro entre os trabalhadores”, pontuou.
A reportagem também questionou a Secretaria de Educação sobre o tema. Se houver resposta, o texto será atualizado.
Texto atualizado às 11h17 de terça-feira (20) a fim de incluir o posicionamento do Sind-Rede/BH.
