O plano da base do governador Romeu Zema (Novo) de votar em primeiro turno, nesta quarta-feira (13), o projeto de lei (PL) que aumenta as contribuições pagas pelos beneficiários do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg), sofreu uma alteração de última hora. Embora interlocutores da coalizão governista tenham garantido que havia votos suficientes para aprovar o texto já hoje, o movimento de obstrução da oposição, que fez a sessão durar mais de cinco horas, ajudou a motivar o recálculo da rota.
Como os oposicionistas estavam dispostos a alongar a reunião e manter a obstrução, optou-se por evitar eventuais contratempos por queda de quórum e adiar a votação. Antevendo a possibilidade de adiamento, o líder do governo, João Magalhães (MDB), conseguiu quórum para votar a proposta nesta quinta-feira (14). A tendência, entretanto, é que o tema não volte à pauta nesta semana. Com isso, o PL do Ipsemg só deve ser votado na semana que vem.
O movimento de obstrução começou logo após a abertura da sessão, às 14h. Deputados do bloco composto por PT, PCdoB, PV, Psol e Rede apresentaram requerimentos propondo, por exemplo, o adiamento da votação do PL do Ipsemg. Nos microfones, os ofícios eram debatidos, com cada parlamentar tendo 10 minutos para expor seus argumentos. A “maratona” de discursos seguiu por horas a fio.
Segundo soube O Fator, o presidente da Assembleia, Tadeu Martins Leite (MDB), tinha a intenção de votar a proposta já nesta quarta-feira. Nos bastidores, uma das avaliações é que a oposição conseguiu uma vitória, ainda que temporária, à base do “cansaço”.
O tema não encontra consenso na Assembleia. O cerne das mudanças no Ipsemg está no aumento do piso e do teto de contribuições. Se o texto for aprovado, o valor mínimo vai subir de R$ 33,02 para R$ 60, enquanto o máximo passaria de R$ 275,15 para R$ 500.