Insatisfeito com os rumos da federação com PT e PCdoB, o PV já dialoga com outros partidos em busca de uma nova coalizão. A O Fator, o deputado estadual Professor Cleiton, que compõe a bancada do PV na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, afirmou que o cenário mais provável para 2026 indica uma união da legenda com agremiações como PDT, Cidadania e Solidariedade
“As direções nacionais dos partidos estão convencidas de que essa aliança se tornará um polo importante nas próximas eleições, tanto em Minas como no Brasil”, diz.
As articulações sobre uma possível união aos pedetistas são confirmadas, inclusive, por fontes ligadas ao partido.
Perguntado sobre a possibilidade de o PSB ser incluído neste debate, Professor Cleiton é taxativo: “Não iniciamos as tratativas com o PSB porque, tendo em vista tudo que aconteceu nas eleições de 2018 e 2022, inclusive em Minas, ninguém confia mais na palavra do presidente nacional do partido, Carlos Siqueira”, afirma Cleiton, que deixou os quadros socialistas em 2022 para rumar ao PV.
O Fator entrou em contato com a assessoria de Carlos Siqueira, mas, até o momento, não obteve retorno.
A insatisfação de representantes mineiros do PV com a federação já havia sido tornada pública pela também deputada estadual Lohanna França. No início do mês, ela disse à reportagem que o desejo da sigla é não renovar a parceria com petistas e comunistas.
Independentemente das fissuras, as agremiações terão de ficar formalmente unidas até 2026, uma vez que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estipula quatro anos como tempo mínimo de funcionamento de uma federação.
As dissonâncias entre PV, PCdoB e PTV já haviam sido vistas, por exemplo, na eleição municipal em Belo Horizonte. Enquanto os petistas lançaram o deputado federal Rogério Correia como candidato a prefeito, os verdes queriam apoiar Fuad Noman (PSD). Na prática, por força da federação, o PV teve de ficar na coligação de Rogério — o que não impediu que lideranças do partido pedissem votos a Fuad.
Cemig e Copasa
Ainda a O Fator, Cleiton falou a respeito da posição do PV sobre os projetos que tratam das privatizações da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa). O partido tem cinco assentos no Legislativo estadual.
“Nosso partido fechou posição e vamos votar contra as privatizações. Temos um entendimento, fruto também da concepção internacional dos partidos verdes espalhados pelo mundo, de que água e energia não se vendem”, garante.