O tema “blocos exploratórios na bacia do São Francisco”, em Minas Gerais, foi discutido em reunião na Agência Nacional do Petróleo (ANP) em setembro, antes de terminado o prazo do Edital Poço Transparente.
Como O Fator revelou com exclusividade na semana passada, esse edital recebeu uma única proposta: a exploração de um poço em Morada Nova de Minas, no centro do estado, pela Cemes Petróleo, sediada em BH. A Cemes e a Codemig são sócias do bloco SF-T-132, na bacia do São Francisco, objeto dessa proposta.
Participaram da reunião sediada pela ANP, em setembro, três representantes da empresa capixaba Imetame Energia. A Imetame é uma das três empresas sócias da Cemes, ao lado da Orteng e da Delp. Entre os quatro integrantes da ANP na reunião estava Luciano Ricardo da Silva Lobo, superintendente de Exploração da agência.

Procurada, a ANP disse que “a Imetame apenas desejava atualizar a visão atual da empresa para os contratos que possui na Bacia do São Francisco”.
E acrescentou: “Não podemos informar mais detalhes porque se trata de assunto restrito à empresa, enquadrado nas hipóteses de sigilo da LAI [Lei de Acesso à Informação]”.
A Imetame não nos respondeu.
Portanto, nem a Imetame nem a ANP confirmaram se a reunião tratou de ‘fracking’ ou do Edital Poço Transparente.
Representantes da Imetame não falaram recentemente só com a ANP. Eles também tiveram uma reunião recente com o Ministério de Minas e Energia, embora a pauta dela seja mais críptica.

Foi em 27 de janeiro deste ano e está identificada apenas como “Reunião com a IMETAME”. Entre os participantes, Carlos Agenor Onofre Cabral, diretor do Departamento de Política de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural do ministério.
Como tem feito em todos os pedidos de O Fator sobre esse assunto, o Ministério de Minas e Energia, chefiado pelo mineiro Alexandre Silveira, manteve silêncio absoluto. A reportagem confirmou com a assessoria de imprensa que nossos e-mails chegaram.
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