Por que a Câmara de BH não irá votar mudança na outorga onerosa nesta semana

Projeto está pronto para ir ao plenário em segundo turno, mas vereadores temem ausência em massa
O projeto de Flávia Borja prevê a realização de um censo municipal para mapear pessoas com deficiência e doenças raras em Belo Horizonte. Foto: Divulgação
Há previsão de que muitos parlamentares não estejam presentes. Foto: Divulgação

A Câmara Municipal de Belo Horizonte não pautará e, consequentemente, não votará o Projeto de Lei 660/2024, que propõe alterações nas regras da outorga onerosa do direito de construir na capital mineira.

O Fator apurou que a decisão de adiar a votação se deve à ausência prevista de diversos vereadores que estarão envolvidos em campanhas eleitorais.

O texto chegou a ser pautado na semana passada mas, na última terça-feira (5), o vereador Pedro Patrus (PT) solicitou a retirada do projeto da pauta, alegando a necessidade de mais tempo para análise. Como nenhum outro parlamentar questionou o pedido, a solicitação foi acatada, e a votação foi adiada para uma data ainda não definida.

Contexto e polêmicas

O PL 660/23 tem sido alvo de intensos debates e controvérsias desde sua apresentação.

A proposta original, o PL 508/23, de autoria do Executivo municipal, foi aprovado na Câmara Municipal no ano passado. Todavia, a regulamentação da prefeitura foi diferente do que estava previsto no texto.

Assim, três vereadores, Cleiton Xavier (MDB), Fernando Luiz (Republicanos) e Loide Gonçalves (MDB) redigiram o PL 660/23, que visa alterar as regras da outorga onerosa, um instrumento urbanístico que permite a construção acima do limite estabelecido pelo plano diretor mediante pagamento ao município. A proposta não muda o plano diretor modificando na realidade uma lei complementar.

Pelo que a reportagem apurou, a Prefeitura de Belo Horizonte tem buscado estratégias para evitar um desgaste generalizado com o projeto. Uma das táticas adotadas pela administração municipal é a cobrança por fidelidade de seus aliados na Câmara, visando barrar possíveis mudanças no texto original.

A polêmica em torno do projeto se intensifica devido às críticas de diversos setores da sociedade, que argumentam que as alterações propostas podem beneficiar excessivamente o setor imobiliário em detrimento do interesse público e do planejamento urbano sustentável da cidade.

O adiamento da votação pode ser visto como uma oportunidade para que tanto os vereadores quanto a sociedade civil tenham mais tempo para debater e analisar as implicações das mudanças propostas na legislação urbanística de Belo Horizonte.

A nova data para a votação do PL 660/23 ainda não foi definida, e a expectativa é que o tema volte à pauta da Câmara Municipal mesmo com as campanhas eleitorais.

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