Reeleito prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD) disse neste domingo (27), em entrevista exclusiva a O Fator, que pretende aproveitar a próxima semana para viajar a Brasília (DF) a fim de tentar recursos federais para obras na capital mineira. Na lista de prioridades, está a busca de verbas da União para bancar intervenções no Anel Rodoviário.
“Como converso com todo mundo, quero abrir conversas com o governo federal, a despeito de saber que o governo federal já nos deu R$ 1 bilhão. Mas eu preciso de mais”, afirmou.
Na mesma entrevista, Fuad minimizou o apoio do governador Romeu Zema (Novo) a Mauro Tramonte (Republicanos) e a Bruno Engler (PL) ao longo da campanha eleitoral. Segundo o prefeito, a relação com o Executivo estadual é republicana e não será prejudicada.
Fuad falou, ainda, sobre o embarque de setores à esquerda em sua campanha no segundo turno. Por causa da disputa direta contra Engler, o prefeito recebeu o apoio de partidos como Psol, PT e PDT. Embora garanta que as alianças não foram fechadas com o compromisso de acomodar as legendas em postos do segundo governo, o político do PSD não descartou a presença de indicados desses partidos no mandato que começará em 1° de janeiro.
O senhor conseguiu o apoio da esquerda no segundo turno. Houve diálogo para a participação de quadros de partidos como PT, Psol e PDT na prefeitura?
Não houve. Na realidade, houve um movimento voluntário, principalmente do primeiro turno para o segundo turno, onde a esquerda, preocupada com a possibilidade de dois candidatos da direita irem para o segundo turno, trabalhou pelo voto responsável. Me apoiaram voluntariamente, fizeram um manifesto com mais de 500 pessoas e isso permitiu uma adesão de vários partidos a esse processo, sem nenhum compromisso de nada.
Mas, logicamente, é um grupo de partidos com quadros competentes. Se eu tiver a oportunidade de aproveitar alguém, com muito prazer farei isso, porque é legítimo e adequado. Se as pessoas tiverem qualificação e currículo, poderão, com certeza, trabalhar na prefeitura.
Como vai ficar a relação do senhor com o governador Romeu Zema? No primeiro turno, ele apoiou Mauro Tramonte. Agora, apoiou Bruno Engler.
Não mudou nada. A relação com o governador é republicana. O governador e o prefeito. A questão política do governador, o partido, quem ele apoia, é uma decisão política, do momento da eleição. Mas as figuras do governador e do prefeito estão preservadas.
O governador é uma pessoa extremamente gentil, que me atende sempre que peço, com muita cortesia, e tem ajudado a prefeitura no que é possível. Entendo que não muda nada. Continuamos trabalhando em prol de Belo Horizonte e de Minas Gerais.
Qual será o primeiro ato de seu segundo mandato?
Quero ir a Brasília na outra semana para ver se consigo recursos para começar as obras do Anel e iniciar (a construção do) bairro no antigo Aeroporto Carlos Prates. Recursos para a gente poder fazer obras que a cidade precisa. Sou um homem do diálogo. Como converso com todo mundo, quero abrir conversas com o governo federal, a despeito de saber que o governo federal já nos deu R$ 1 bilhão. Mas eu preciso de mais.