O desembarque do grupo do secretário de Estado Marcelo Aro na Prefeitura de Belo Horizonte foi selado em uma reunião no último domingo (31). O prefeito Fuad Noman (PSD), até ali, não havia comunicado ou pedido pela saída dos nomes indicados por Aro, mas já sinalizara que vinha sofrendo intensa pressão do PSD para demitir todos que fossem ligados a ele.
Na conversa, Fuad chegou a sondar se seria possível contar com o apoio eleitoral do Podemos, comandado em Minas pela deputada federal Nely Aquino, aliada de Aro, mesmo com os indicados não atuando mais em cargos da prefeitura. A ideia foi rejeitada – o Podemos tem conversas avançadas com o senador Carlos Viana, já filiado ao partido e que ainda busca legenda para disputar a eleição.
A propósito, o suplente de Viana foi outro ponto crucial para o desembarque: caso o senador seja eleito em BH, quem herdaria sua cadeira no Senado seria o advogado – e até então secretário de Governo da PBH – Castellar Neto, considerado um dos “braços direitos” de Aro. Ou seja, não faria sentido apoiar Fuad tendo condições tão oportunas de, em certo cenário, abocanhar uma vaga de Senado com mandato até 2026.
Já na segunda-feira (1º), quando a saída foi anunciada e oficializada, um breve encontro na prefeitura foi palco até para uma cena curiosa do prefeito, que chegou a se emocionar dizendo não estar acostumado com divórcios. “Sempre fui casado com a mesma mulher”, disse Fuad.
A pressão do PSD pela saída do grupo da prefeitura tem certa ligação com a disputa ao governo de Minas em 2026. Segundo interlocutores do partido, dar espaço ao secretário de Estado seria fortalecer um possível adversário do senador Rodrigo Pacheco.