Associação da Abin denuncia vazamentos na corregedoria e pede investigação

Polêmica surge a reboque de investigação sobre o arquivamento envolvendo o ex-diretor Alexandre Ramagem
Fachada do prédio da Abin
"O policial federal Alexandre Ramalho não pertence mais ao quadro de servidores da ABIN desde junho de 2022, quando retornou ao seu órgão de origem", afirma a nota da INTELIS. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

A União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin (INTELIS) emitiu uma nota pública nesta sexta-feira (27) denunciando uma série de vazamentos de informações sigilosas da corregedoria da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A entidade de classe pediu uma investigação formal sobre o caso.

A polêmica surge em meio a uma investigação em andamento na Abin sobre processos arquivados envolvendo o ex-diretor-geral da agência, Alexandre Ramagem, indicado pelo ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, durante o governo Bolsonaro. Segundo reportagem do Poder360, a corregedoria da Abin estaria revisando casos engavetados relacionados a Ramagem, que atualmente é deputado federal pelo PL e concorre à Prefeitura do Rio de Janeiro (RJ).

De acordo com a nota da INTELIS, desde 2 de setembro, quando o delegado José Fernando Moraes Chuy assumiu o cargo de corregedor da Abin, três notícias foram publicadas em grandes portais de mídia, divulgando informações sobre atos e intenções do novo responsável pela corregedoria. O sindicato classifica esses vazamentos como “tendenciosos” e parte de uma prática de lawfare, considerada extremamente prejudicial para o setor de correição de um órgão público.

A INTELIS ainda expressa descontentamento com a indicação de um policial federal para o cargo de corregedor, apesar dos protestos da categoria. O sindicato questiona a necessidade de um profissional externo, alegando que a ABIN possui servidores capacitados e que a atuação da corregedora anterior era elogiada pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pelos responsáveis pelas investigações da operação “Última Milha”.

Sigilo e pedido de investigação

O sindicato ressalta a importância do sigilo nas atividades da corregedoria, argumentando que essa prática protege os servidores e o próprio órgão. A INTELIS questiona como os funcionários da ABIN poderão confiar na corregedoria para denunciar eventuais irregularidades, sabendo que as informações podem ser vazadas para a imprensa.

Diante desse cenário, a INTELIS solicita formalmente que a CGU e o Ministério Público Federal (MPF) apurem a autoria da violação do sigilo funcional, previsto na Lei nº 8.112/1990 e na Portaria CGU nº 27/2022. O sindicato também menciona estar investigando uma “estranha movimentação” de servidores lotados na corregedoria após a troca de comando.

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