Torre Eiffel de Lagoa Santa é irregular, mostra parecer do MPMG

Órgão afirma que estrutura traz riscos ao meio ambiente
Torre "Uaiffel" foi inaugurada em 2023. Foto: Instagram / Gurgel Beach Club / Reprodução

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) divulgou um parecer técnico desfavorável à construção de uma réplica da Torre Eiffel no município de Lagoa Santa, região metropolitana de Belo Horizonte. O documento, assinado pela 2ª Promotoria de Justiça da comarca, aponta diversas irregularidades e preocupações ambientais relacionadas ao projeto.

Segundo o parecer, a construção da torre, prevista para ter 81 metros de altura, apresenta riscos significativos para o meio ambiente local. O MPMG destaca que a área escolhida para o empreendimento está inserida em uma região de proteção ambiental, conhecida como APA Carste de Lagoa Santa.

A promotoria ressalta que o local abriga espécies ameaçadas de extinção e possui características geológicas únicas, incluindo formações cársticas e grutas calcárias. A construção da torre poderia, portanto, causar danos irreversíveis a esse ecossistema sensível.

O documento do MPMG também levanta questões sobre o processo de licenciamento do projeto. A promotoria argumenta que não houve uma avaliação adequada dos impactos ambientais e que as autorizações necessárias não foram obtidas de forma apropriada.

A Prefeitura de Lagoa Santa, responsável pelo projeto, defende a construção da torre como uma iniciativa para impulsionar o turismo na região. No entanto, o MPMG contesta essa justificativa, argumentando que existem alternativas menos impactantes para promover o desenvolvimento turístico local.

Com base nesse parecer técnico, o Ministério Público poderá tomar medidas legais para impedir a construção da réplica da Torre Eiffel. A promotoria sugere que sejam realizados estudos mais aprofundados sobre os impactos ambientais e que sejam consideradas alternativas que respeitem a legislação ambiental vigente.

O caso continua em análise, e a decisão final sobre o futuro do projeto dependerá das próximas ações do MPMG e da resposta da prefeitura de Lagoa Santa às questões levantadas no parecer técnico.

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