Como Lula, Bolsonaro também se cala sobre Maduro

Não sei se pela admiração aos métodos chavistas, mas a falta de manifestação de Bolsonaro sobre o tema é, no mínimo, curioso
Bolsonaro, como Lula, se cala sobre o novo golpe de Maduro
Bolsonaro, como Lula, se cala sobre novo golpe de Maduro (Foto: montagem / reprodução)

“Acho que Chávez vai fazer o que os militares fizeram no Brasil em 1964, com muito mais força. Só espero que a oposição não descambe para a guerrilha, como fez aqui”, afirmou em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, em 1999, nada mais, nada menos, que o então deputado federal Jair Bolsonaro, à época, filiado ao PPB, atual PP. 

Já em 2020, como presidente da República, o patriarca do clã das rachadinhas voltou a afirmar, em live, que achou “maravilhoso” Hugo Chávez ter vencido aquelas eleições, mas “depois fez besteira”, e por isso teria se tornado um seu opositor, bem como a Nicolás Maduro. Errar é humano, todos sabem. Mas repetir o erro, não. É opção.

Aliás, foi o caso envolvendo a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS). Em 9 de dezembro de 2014, durante discurso na Câmara dos Deputados, Bolsonaro repetiu à colega a mesma frase de 11 anos antes, em 2003, de que ela não merecia “ser estuprada porque é muito feia”. Em novembro de 2013, a Justiça do DF arquivou o caso por prescrição.

Farsa eleitoral na Venezuela

Chamar de “eleições” o que ocorreu – mais uma vez! – na ditadura chavista, é ofender o sufrágio universal recorrente nas democracias do mundo. Aquilo pode ser tudo, menos eleições, já que um processo viciado de cabo a rabo – do impedimento de candidaturas opositoras à fraude na apuração dos votos, passando pela disparidade na campanha.

O silêncio do presidente Lula e a manifestação de apoio das esquerdas brasileiras pelo regime militar de Maduro não surpreendem ninguém. Oficialmente, o governo brasileiro se mantém “prudente” sobre o assunto, o que também não é novidade. Mas o silêncio do líder brasileiro de oposição, do representante maior da direita… é no mínimo curioso.

Não sei se pela admiração aos métodos chavistas como ataques à Suprema Corte e às demais instituições democráticas, inclusive a imprensa; incentivo ao armamento da população; militarização do Estado e interferência em órgãos investigativos como ABIN, COAF e PF, mas a falta de manifestação de Bolsonaro sobre o tema, repito, é no mínimo curioso.

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