Eleições em BH: o livro venceu

Houve um tempo em que livros eram queimados por gente autoritária, obtusa. Qualquer semelhança com Engler não é mera coincidência
Fuad Noman eleições BH libro venceu
Fuad Noman e sua esposa, Mônica (Foto: O Fator)

Olhe bem, leitor amigo, leitora amiga essa foto acima. Fale a verdade. Este senhor tem cara de quem escreveria um “livro pornográfico”, descrevendo cenas de “estupro coletivo”, “incentivando a pedofilia” como de forma grotesca, vil e desumana disseram e espalharam pelas redes sociais Bruno Engler, candidato derrotado – pelas urnas, pela ética, pela moralidade, pelos bons modos – à Prefeitura de Belo Horizonte (pela segunda vez, aliás! Na próxima, poderá pedir música no Fantástico), e seu mentor de imoralidades políticas, o não menos politicamente imoral Nikolas Ferreira, ambos a cara do que há de mais asqueroso na política nacional?

É claro que não! Fuad Noman jamais escreveu o que bolsonaristas, amantes de golpe de Estado, cloroquina, rachadinha e contrabando de joias a ele imputaram. Ao contrário. Em que pesem passagens chocantes, grafadas em frases chulas, mas perfeitamente contextualizadas, o romance Cobiça, escrito pelo prefeito reeleito, joga luz sobre um drama antigo – e hoje, infelizmente, ainda real -, que é o abuso sexual de adolescentes pobres, que vão trabalhar em casas de famílias ricas Brasil afora, principalmente nas maiores capitais do país. Tem de ser muito, mas muito mau caráter para descontextualizar algo assim e transformar em fake news.

Escolha pessoal

Bruno Engler poderia perder com dignidade e sair grande destas eleições, mas preferiu ser abjeto e mentir deliberadamente sobre um avô de quase 80 anos – com netos ainda crianças. Decidiu ser boneco mamulengo de Nikolas Ferreira e adotar a mesma baixeza política que costumeiramente esse rapaz adota. Juntos, sempre politicamente falando, representam o chorume dos extremistas do bolsonarismo e envergonham – com absoluta certeza – seus próprios pais, ainda que estes, por amor incondicional, jamais admitam. Nikolas, aliás, que agora é pai, merece muito, um dia, no futuro, passar por aquilo que impinge aos outros.

Houve um tempo em que livros eram queimados por gente autoritária e obtusa – qualquer semelhança com Bruno Engler não é mera coincidência. Houve um tempo em que a ditadura militar – tão estimada por Jair Bolsonaro e seus seguidores – proibia livros, prendia e torturava autores. Hoje, novos ares – ainda tímidos – dão esperança e trazem luz à escuridão espalhada por canalhas. Que fique muito claro: a escolha pela baixaria política, ou melhor, baixeza moral, jamais foi da equipe de marketing do candidato. A decisão dos marqueteiros sempre foi oposta, pois são gente, ao contrário de Engler e Nikolas, de boa-fé. Isso eu garanto e assino embaixo.

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