Bolsonaro não tem mais saída, e prisão é questão de tempo

As oitivas dos comandantes do Exército e da Força Aérea detalharam com extrema precisão cada passo golpista
Jair Bolsonaro pode preparar as malas para uma boa temporada na prisão
Quem ri por último, ri melhor / Foto: Divulgação (Secom)

Cada vez mais trata-se de quando, e não de se o ex-presidente Jair Bolsonaro será preso. A cada novo passo do inquérito sobre os chamados atos antidemocráticos – que eu chamo de tentativa de golpe, ainda que destrambelhada e perpetrada por aloprados da terceira idade, que encontraram significado e sentimento de pertencimento diante de suas vidas vazias -, a situação do ex-verdugo do Planalto agrava-se sobremaneira.

A delação premiada do ex-ajudante de ordens, Tenente-Coronel Mauro Cid, abriu as portas da Papuda para o “mito”, pois a partir dela e da descoberta da reunião de julho de 2022, onde a tal “minuta do golpe” foi apresentada e debatida, sob graça e ordem de ninguém menos que o presidente da República, como quem decide o almoço de domingo na casa da sogra, a PF está tendo apenas o trabalho de “amarrar as pontas” e fechar o caixão.

As duas oitivas dos comandantes do Exército e da Força Aérea, General Freire Gomes e Tenente-Brigadeiro Baptista Júnior, detalharam com precisão cada ideia e cada passo do devoto da cloroquina e seu séquito golpista. Mais: de forma cabal, implicaram outros oficiais de alta patente como os generais Augusto Heleno e Braga Neto. Todos, somados aos conspiradores do baixo clero, como Filipe Martins e outros, encontrarão o caminho das grades.

Sim. Pode demorar um pouco, afinal nossa Justiça move-se como paquiderme prenhe após o almoço. Sim. O maníaco do tratamento precoce e seu Exército de Brancaleone poderão ficar pouco, ou muito pouco, tempo na cadeia, já que nossa Justiça é pródiga em impunidade e frouxa em punições. Sim. tudo somado, noves fora nada, o bolsonarismo extremo e golpista continuará a existir – e forte! -, mas tão logo essa turma assista ao sol nascer quadrado, a democracia brasileira poderá brindar e dizer: eu venci.

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