Não é segredo para quem participa dos bastidores da política belo-horizontina, a busca frenética do grande empresariado da cidade por um bom gestor (de consenso) para a disputa da Prefeitura da capital em outubro próximo.
E não sem razão, inclusive, porque além do óbvio e ululante neste caso, há também a convergência com o pensamento do eleitor local, que tradicionalmente busca e elege bons gestores, deixando de lado questões ideológicas, religiosas e até pessoais.
A lógica de uma eleição municipal é completamente diferente da estadual e, principalmente, nacional. O eleitor vive na cidade, e quer ter satisfeitos seus desejos e resolvidos seus problemas. Discussões que fogem ao seu dia a dia interessam muito pouco ou quase nada.
NOMES CONHECIDOS
Fuad Noman (PSD), atual chefe do Executivo, goza de ótima reputação como administrador e homem público sem máculas. No meio empresarial é visto como alguém ainda muito próximo do ex-prefeito Alexandre Kalil, que não deixou saudade alguma junto ao empresariado de BH.
Gabriel Azevedo (MDB), presidente da Câmara dos Vereadores, é tido como o mais bem capacitado entre todos os pré-candidatos, e a seu favor conta a agenda moderna que defende. Disputas políticas recentes deixaram cicatrizes ainda abertas.
UMA NOVIDADE
É sabido que nomes como Bruno Engler (PL) e Rogério Correia (PT) não são vistos com grande entusiasmo. Já outros políticos, como Carlos Viana e Mauro Tramonte, não foram, até o momento, oficializados pré-candidatos.
Recentemente, conforme apurou e noticiou O Fator, um “outsider” da política foi procurado. Trata-se do jovem Thiago Toscano, presidente da Codemge, tido como uma espécie de “garoto prodígio” por grandes homens e mulheres de negócios do Estado.
CLINTON NA ÁREA
Completando este quadro de pré-candidatos, e não menos importante por isso, temos Luísa Barreto, secretária de Planejamento e Gestão do governo de Minas, também considerada outra boa gestora da nova geração, capacitada acadêmica e profissionalmente.
James Carville, estrategista de campanha do ex-presidente Bill Clinton, cunhou a frase que se tornou célebre: “é a economia, estúpido”. De forma direta, tentava mostrar à equipe a importância, ou melhor, a onipresença da economia na decisão do eleitor.
É A GESTÃO, ESTÚPIDO
Neste sentido, mais do que pré-requisito, é condição inegociável a capacidade administrativa do candidato a prefeito(a) de BH. Em um cenário tão pulverizado e totalmente (ainda) indefinido, apoios políticos poderosos são e serão cada vez mais determinantes.
Dentre estes, pela estatura do cargo e força eleitoral, encontra-se o governador Romeu Zema (Novo). Seu partido já anunciou a pré-candidatura da chapa Luísa Barreto, citada acima, tendo como vice o ex-deputado federal Lucas Gonzalez, também filiado à legenda.
PURO SANGUE
Luísa e Lucas representam o que busca o Novo (jovens, capacitados, íntegros, gestores de qualidade etc.) e agradam o partido, mas têm como grande barreira o desconhecimento junto ao eleitorado. Por isso, precisariam – e muito! – do governador.
Zema equilibra-se em um complexo jogo eleitoral com vias a 2026. A Presidência, ou Vice, da República é a meta. Fazer o sucessor, idem. E as eleições deste ano são o primeiro passo. Não apoiar um candidato bolsonarista não será uma decisão fácil de ser tomada.
ENCERRO
Dentro do partido, dá-se como certo o apoio do governador. A pré-candidata e o próprio presidente do Novo garantem isso. Mas em tempos de Inteligência Artificial, se e quando Zema anunciar sua adesão, será prudente conferir se o sotaque está em dia, hehe.
Luísa é um nome que agrada parte do governo, dos empresários e do Novo. Se oficializada candidata à PBH, enfrentará rivais de peso como Gabriel Azevedo (certamente) e Fuad Noman (possivelmente). Como se percebe, a busca pela chefia da Afonso Pena, 1212 está só começando.