Quem me acompanha nesta jornada improvável, porém duradoura e exitosa – já que há mais de oito anos e sempre com ótimos resultados – no jornalismo, ou na comunicação, como queiram os tradicionais, se acostumou com minhas opiniões nem sempre, como direi?, açucaradas. Porém, se acostumou, também, com minhas filosofias de botequim.
Escrever, mais do que falar no rádio ou na internet, é minha forma predileta de expressão. Enquanto a comunicação verbal (principalmente ao vivo) exige atenção e critério, a escrita me possibilita a expressão imediata do pensamento e dos sentimentos. Via de regra, inclusive, salvo algum erro grosseiro – de digitação ou gramática -, eu nem reviso o texto.
Dizem que “o tempo é o senhor da razão”, e é verdade. Não no sentido da sapiência ou do popular “eu te disse”, mas pela perspectiva. Ao olhar para problemas passados – ou alegrias, tanto faz -, sempre entendemos melhor o ocorrido e sua real dimensão, seja para o bem ou para o mal. A expectativa e o presente são sempre exagerados e superestimados.
VAI PASSAR
Outra frase popular de que gosto muito é: “não há alegria que nunca acabe nem tristeza que para sempre dure”. Viver – e a maturidade ensina isso muito bem – será sempre um “eterno enquanto dure” jogo de perde-ganha. O importante, à frente, é chegar razoavelmente inteiro e com o saldo positivo. Do alto dos meus cinquenta e tantos, recomendo: contente-se!
Contente-se consigo mesmo e com sua vida. Esqueça a grama do vizinho, pois sempre será mais verde, ainda que você não enxergue a cor da sua própria e nem saiba o que acontece no subsolo do gramado ao lado. Chega um dia, meus caros e minhas caras, que é hora de dar um basta na insatisfação. E se a hora ainda não chegou, acredite, chegará.
Se você está no “top of the world”, aproveite o momento sem se preocupar – e ocupar – com o futuro, pois impedirá que desfrute plenamente. Se, ao contrário, está no mais profundo inferno, relaxe. Poucos degraus acima, encontrará a luz que hoje lhe teima em faltar. Como diria Lulu Santos: “tudo passa, tudo sempre passará”. Inclusive o nosso tempo por aqui.
Pitaco do Kertzman: Até parece que o autor do texto, ou seja, eu mesmo, consegue praticar o que aconselha.