Há tradições políticas que não acabam; por isso tradições. Comer pastel em feira de rua, pegar criança no colo, aparecer em igreja para a missa de domingo e, claro, visitar uma favela. De dois em dois anos, ou de quatro em quatro, a politicagem, chova ou faça sol, se fará presente com a demagogia barata, tão típica dos aproveitadores da boa fé popular.
Em visita ao Morro do Papagaio, uma das mais antigas comunidades de Belo Horizonte, o deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos), ao lado de seu novo fiel escudeiro, Alexandre Kalil, não fugiu à regra e confessou: “estive aqui há dois anos…” (nas últimas eleições, portanto). E neste ínterim, candidato? O senhor ao menos se lembrou dali?
Bem, uma coisa é mais que garantida: tão certo quanto dois e dois são quatro, Kalil, em 2026, lá estará pedindo votos e fazendo juras de amor aos mais carentes. No intervalo, porém, continuará tão distante da realidade sofrida desse povo quanto está do Atlético, e assim como sempre fez com o Clube, usará o discurso populista para seduzir os incautos.
Falando em tradição e cabos eleitorais, Romeu Zema, em entrevista à Rádio O Tempo, garantiu que fará campanha de rua com Mauro Tramonte e que subirá em palanque ao lado de sua ex-secretária de Planejamento e Gestão, Luísa Barreto, vice-candidata à Prefeitura de BH. Nesta visita ao Papagaio, senti falta do governador mineiro. Por que ele não foi?
Sim. Estou curiosíssimo para assistir a Kalil e Zema caminhando juntos, distribuindo panfletos, beijos, abraços e sorrisos “sinceros” por todos os lados. Melhor ainda se na companhia do vice-governador, Mateus Simões, que, como Zema, detesta Alexandre Kalil. Quem sabe alguém não chama o bispo Edir Macedo para abençoar essa união? Amém, pessoal.