O silêncio sepulcral e quase unânime da esquerda brasileira acerca da farsa eleitoral na Venezuela, ou por outra, o golpe – mais um! – de Nicolás Maduro, é mais uma amostra da hipocrisia dos chamados “progressistas”, para não dizer, pura conivência.
Como Minas Gerais é meu quarteirão e BH, meu quintal, citarei explicitamente Rogério Correia (PT) e Duda Salabert (PDT), dois dos principais players políticos locais, ambos, obviamente, do campo progressista. Lula e companhia, igualmente cúmplices da barbárie venezuelana, ficam para outro momento.
A deputada federal Duda Salabert, sempre tão ligeira no combate às violações dos direitos humanos, sobretudo das minorias, notadamente as causas LGBTQIA+, já há algum tempo dedica seus ataques ferinos – muito mais – a políticos de esquerda e de centro, como o prefeito de Belo Horizonte Fuad Noman (PSD), do que aos do campo antagônico.
Ditaduras amigas
Porém, ainda que o calendário eleitoral pese no comportamento acima – e é compreensível -, não condenar o golpe eleitoral em curso na Venezuela, com a consequente manutenção da ditadura chavista, diz muito sobre o que realmente pensa e sente Duda. Outro dia, fez um escarcéu danado por causa de meia dúzia de árvores suprimidas, e posteriormente replantadas, por causa da etapa mineira de Stock Car, e, agora, se cala perante a violência de Maduro.
Já o deputado federal Rogerio Correia, que manifestou abjeto apoio e concordância com a fala antissemita do presidente Lula, que acusou Israel de praticar contra o povo palestino o mesmo tipo de holocausto de que os judeus foram vítimas, por conta da guerra contra o Hamas, em Gaza – e todas as cruéis consequências para a população local, também uma vitima do terror fundamentalista islâmico -, segue o padrão obsequioso a ditadores e ditaduras.
É simplesmente imoral – intelectual e ideologicamente falando – o comportamento omisso destes dois parlamentares, que pretendem disputar as eleições municipais de outubro próximo. Eu me pergunto (e deixo as perguntas): serão Duda e Rogério subscritores da tirania de Maduro? É este o tipo de prefeito que queremos para BH? Com a palavra, estes dois gigantes do pensamento progressista de Belô.