O ex-prefeito de Tarumirim, João Correia da Silveira, conhecido como “João Caboclo”, foi preso nesta quarta-feira (29) após quase uma década foragido da Justiça por ter sido o mandante do assassinato de outro político e por ter planejado assassinar o então deputado estadual Durval Ângelo.
A prisão ocorreu em uma fazenda de sua propriedade em Nova Brasilândia D’Oeste, Rondônia, e foi resultado da Operação Caboclo, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) de Ipatinga, em conjunto com as polícias Militar, Civil e Rodoviária Federal.
João Caboclo foi condenado a pena de 14 anos de reclusão em regime fechado, determinada pela Vara Criminal de Timóteo, por ser o mandante do assassinato de Oliveira de Paula, ocorrido em outubro de 2006. A vítima foi alvejada na varanda de sua casa, em Timóteo.
Segundo o delegado Fernando Lima, do GAECO, o ex-prefeito possui extensa ficha criminal e pertence a uma família conhecida por pistolagem na região. “Ele já se encontra recolhido no presídio local e cumprirá a pena dele, expedida pela vara criminal de Timóteo, de 14 anos, em regime fechado, por conta da prática de um homicídio duplamente qualificado”, afirmou.
Político na mira
Além do homicídio pelo qual foi condenado, João Caboclo é suspeito de ter planejado o assassinato do então deputado estadual Durval Ângelo (PT) e do delegado Francisco Lemos, que atuou em alguns de seus casos na época.
Procurado por O Fator, Durval Ângelo relatou que o ex-prefeito contratou um pistoleiro chamado Adriano Pitbu para matá-lo, oferecendo R$ 100 mil. “Essas tratativas foram confirmadas por serviços de inteligência da própria Polícia Civil de Minas Gerais”, afirmou o ex-deputado.
Durval Ângelo, hoje conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG), alertou para a necessidade de identificar a rede de proteção que amparava João Caboclo. Segundo ele, pessoas influentes atuavam na defesa do ex-prefeito em tribunais do júri.
“Você vê que realmente a rede de proteção que ele tinha era muito forte. Então eu acho que seria o próximo passo agora identificar essa rede de proteção pra gente realmente ver que tem mais pessoas envolvidas com esses crimes todos”, declarou Ângelo.
O ex-deputado também apontou que o modus operandi da família de João Caboclo envolvia enviar pessoas para os Estados Unidos com promessas de empregos, mas depois extorquir e até matar essas vítimas quando não pagavam as dívidas contraídas. “Era um sindicato do crime que atuava na região”, concluiu.