Como é mesmo o ditado popular: “Nada como um dia após o outro?”. Pois é. Quem diria, hein, dona Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)? Quem diria, hein, reitora Sandra? Aliás, quem diria, hein, deputada federal Duda Salabert (PDT), pré-candidata à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), que chamou o prefeito Fuad Noman (PSD) de “prefeito motosserra”?
É impressionante, mas nada surpreendente, o duplo padrão moral de certas pessoas, especialmente do chamado “campo progressista”. Jair Bolsonaro e sua turma golpista incentivaram um golpe (mambembe) de Estado, que culminou com os atos de vandalismo de 8 de janeiro de 2023? Bem, para mim, sim. Para as esquerdas, também.
Mas sobre a fraude eleitoral (mais uma) do ditador amigo Nicolás Maduro – isso, sim, um bem-sucedido golpe de Estado -, nem uma mísera palavra de desabono. Ao contrário. Uma nota infame de apoio do Partido dos Trabalhadores (PT) e o endosso presidencial de Lula, com o devido silêncio cúmplice da tigrada.
Coniventes com o terror
O grupo terrorista Hezbollah, no Líbano, alma gêmea do Hamas, em Gaza, ambos financiados pela ditadura sanguinária iraniana, que nesta terça-feira (30) recebeu a visita ilustre do vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin, para a cerimônia de posse do novo “serial killer” dos aiatolás, Masoud Pezeshkian, assassinou 12 crianças israelenses nas colinas de Golã, no fim de semana passado, em um brutal ataque de foguetes.
Alguém ouviu o presidente Lula, ou algum político de expressão petista – e dos demais partidos satélites -, condenarem a barbárie? O deputado federal e também pré-candidato pelo PT à PBH, Rogério Correia, manifestou pesar? Pois bem. Em resposta, as Forças de Defesa de Israel (IDF) eliminaram o carrasco Ismail Haniyeh, ninguém menos que o chefe do Hamas, e mais do que ligeiro o governo Lula emitiu uma nota oficial, condenando veemente os judeus:
“O Brasil repudia o flagrante desrespeito à soberania e à integridade territorial do Irã, em clara violação aos princípios da Carta das Nações Unidas, e reafirma que atos de violência, sob qualquer motivação, não contribuem para a busca por estabilidade e paz duradouras no Oriente Médio”, escreveu o Itamaraty.
Stock Car
A verdadeira guerra travada entre a UFMG, parlamentares de esquerda e ativistas ambientais contra a Prefeitura de Belo Horizonte e a organização da etapa BH de Stock Car não é novidade alguma para quem mora na capital ou se interessa por automobilismo. O evento colocará a cidade no circuito mundial de corridas de automóveis, movimentará centenas de milhões de reais e fomentará a criação de empregos e a arrecadação de impostos.
A despeito de tantos e tamanhos benefícios, a mesquinhez política e visão estreita, além da falta de pensamento coletivo, entraram em campo e fizeram o possível e o impossível para impedir a realização do evento. Sob o manto da preservação de 63 árvores e outras questões ambientais – todas mitigadas pela organização -, a UFMG e aliados abriram pesado ataque contra os organizadores e o Prefeito Fuad, apelando, inclusive, à pressão política sobre os patrocinadores, em franco abuso – a meu ver – de autoridade.
E não é que aqueles que assistiram à ataques como “assassino de árvores” e “prefeito motosserra”, pela PBH autorizar a supressão das tais 63 árvores – grande parte, inclusive, podre -, que serão substituídas por mais de 650 mudas em outros locais, receberam autorização, nesta quarta-feira (31), da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), para ceifar 274 árvores, sendo 237 nativas, numa área de 1.200 m2?
Senta, que tem mais
Sim, leitor amigo, leitora amiga. É isso mesmo! A outrora “toda-preocupada com o corte de 63 árvores”, a Universidade Federal de Minas Gerais pediu – e vai! – decepar mais de 270 árvores, para a construção de um prédio de cinco andares no Parque Tecnológico BH TEC. Mas, atenção! O terreno está em uma Área de Relevância Ambiental (ARA). E mais: no pedido de supressão, encontram-se 15 indivíduos de ipê-amarelo – espécie protegida pela Lei Estadual nº 20.308/2012.
Não bastasse, são 27 as outras espécies ameaçadas (em perigo ou vulneráveis), em grande maioria da Mata Atlântica (FESD), com alguns representantes do Bioma Cerrado. Como compensação, a UFMG promete o plantio de 1.080 mudas (3,94 para cada árvore cortada). No caso da Stock Car, serão 668 mudas para a supressão de 63 árvores (10,9 por corte).
Sabem quem, como membro do COMAM (Conselho Municipal do Meio Ambiente), votou a favor? A Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), que defende a realização da prova de Stock Car por entender que os benefícios socioeconômicos são muito maiores que os poucos – e reparados – danos ambientais ocasionais.
A entidade poderia, perfeitamente, adotar a prática do “olho por olho”, mas entendeu melhor, acertada e tecnicamente, não revidar a mesquinhez política e encaminhar o voto favorável à UFMG, ensinando que o bem comum e o desenvolvimento devem vir sempre em primeiro lugar.