Servidores da Abin rejeitam delegado da PF como corregedor da agência e pedem reunião com governo Lula

Sindicato da entidade de inteligência quer nome interno para a vaga
Fachada do prédio da Abin
Servidores da Abin não aprovam policial na corregedoria da entidade. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

A União dos Profissionais de Inteligência de Estado da ABIN (INTELIS) enviou um ofício ao Ministro-Chefe da Casa Civil, Rui Costa, manifestando-se contra a possível nomeação de um policial federal para o cargo de Corregedor-Geral da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN).

No ofício enviado pela INTELIS nesta segunda-feira (12), a entidade pede que a função seja preenchida por um servidor dos próprios quadros da ABIN. A atual Corregedora-Geral, uma oficial de Inteligência, terá seu mandato encerrado em 31 de agosto de 2024 e não foi reconduzida ao cargo por decisão do Diretor Geral da ABIN.

Pontos-chave do ofício:

  1. Rejeição unânime: “As filiadas e filiados da INTELIS repudiaram em Assembleia a indicação de policial federal para Corregedor-Geral da ABIN, com mandato de dois anos.”
  2. Alerta de riscos: A INTELIS “alerta para riscos institucionais e políticos com a nomeação de um Corregedor oriundo da Polícia Federal.”
  3. Conflito de interesses: A associação “avalia que há conflito de interesse em um delegado da PF estar à frente da Corregedoria da ABIN, na qual estão em andamento investigações sobre atos de policiais federais na ABIN na gestão anterior encabeçada por um policial federal.”
  4. Capacitação interna: “Os servidores do quadro da ABIN são capacitados na esfera correcional, há centenas de profissionais de Inteligência formados em Direito, e experientes na aplicação de normas afetas a corregedoria.”

A INTELIS solicitou ainda um agendamento de reunião entre sua nova diretoria, que assumiu em julho, e o Ministro Rui Costa ou sua assessoria para discutir o assunto correcional.

A polêmica ocorre em um momento delicado para a ABIN, que recentemente enfrentou uma paralisação burocrática devido a alegações de falta de diálogo com a atual direção. Além disso, a agência está sob escrutínio por investigações relacionadas ao uso do software First Mile durante a gestão anterior, ligada ao governo Bolsonaro.

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