Vereadora aciona Justiça para tentar barrar reforma administrativa proposta pela Prefeitura de BH

Ação questiona a constitucionalidade do projeto que prevê a criação de novas secretarias e cargos comissionados
Projeto 'viola os princípios constitucionais da eficiência, moralidade e legalidade administrativa', diz Altoé. Foto: CMBH/Divulgação
Projeto 'viola os princípios constitucionais da eficiência, moralidade e legalidade administrativa', diz Altoé. Foto: CMBH/Divulgação

A vereadora Fernanda Altoé (Novo) ingressou com uma ação popular na Justiça para tentar barrar a reforma administrativa proposta pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), que tramita na Câmara Municipal.

A parlamentar, junto com outros dois advogados, questiona a constitucionalidade do projeto que prevê a criação de novas secretarias municipais e centenas de cargos comissionados. O PL 1014/2024 é uma compilação de projetos anteriores (593/2023, 594/2023, 599/2023 e 736/2024) que foram retirados de pauta em outubro.

O texto chegará ao plenário para a última instância de análise em 2 de dezembro – na semana passada, o projeto foi aprovado em 1º turno pelos vereadores.

A próxima semana será destinada a debates relacionados ao texto nas comissões temáticas da Câmara. O texto está sob o guarda-chuva da Comissão de Administração Pública, que fará uma sessão na tarde de segunda-feira (25) para tratar do assunto. O relator é Wagner Ferreira (PV), um dos vice-líderes do Executivo no Parlamento.

De acordo com a ação, o projeto atual propõe criar a Secretaria Municipal de Administração Logística e Patrimonial (SMALOG), a Secretaria Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (SMSAN) e a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (SMMUR), além de dividir a atual Secretaria de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania (SMASAC).

Altoé argumenta que as atribuições das novas secretarias “já existem no âmbito do Poder Executivo Municipal, sendo apenas transferidas as competências […] sem que haja significativa inovação no exercício de tais atividades”.

A ação destaca ainda que o projeto prevê a criação de 800 novos pontos de Direção e Assessoramento Municipal (DAM) e autoriza a abertura de créditos adicionais que ultrapassam R$ 500 milhões, “sem que houvesse a explicação sobre a aplicação de tamanho valor”.

Os autores da ação alegam que o projeto viola os princípios constitucionais da eficiência, moralidade e legalidade administrativa. Eles questionam também a tramitação “misteriosamente célere” do PL 1014/2024, que foi recebido em 1º de novembro, teve relator designado no mesmo dia e parecer de aprovação em 5 de novembro, sendo já aprovado em primeiro turno.

A ação popular foi distribuída para a 3ª Vara da Fazenda Pública de Belo Horizonte e tem como réu o prefeito Fuad Noman (PSD).

Leia também:

BHP Brasil anuncia novo presidente

Deputados adiam votação de projeto que aumenta bancada de MG

Após calotes, governo de Minas adota nova tática para acordos de leniência

Veja os Stories em @OFatorOficial. Acesse