O Conselho de Ética da Câmara aprovou nesta quarta (28), por 15 x 1, a cassação do ainda deputado Chiquinho Brazão.
Não houve pedido de vista nem requerimento de retirada de pauta.
Os bolsonaristas Alexandre Ramagem, Domingos Sávio, Gustavo Gayer e Marcos Pollon estavam entre os que votaram “sim” pela cassação.
O comportamento bolsonarista era muito diferente em abril. 129 deputados votaram para soltar Brazão – entre eles, Alexandre Ramagem, Gustavo Gayer e Marcos Pollon. Domingos Sávio votou para soltar Brazão na CCJ, e depois faltou ao plenário.
Além disso, antes da votação, aliados de Bolsonaro fizeram de tudo para adiar uma decisão. Gilson Marques (Novo-SC), Fausto Pinato (PP-SP) e Roberto Duarte (Republicanos-AC) pediram vista na CCJ, em sessão realizada dois dias depois da prisão de Brazão, numa tentativa de esfriar a pauta.
“Foram seis anos e nós precisamos decidir em menos de um minuto”, disse na época Gilson Marques, do novo partido Novo. “Eu não sei qual é a pressa”.
Subitamente, os bolsonaristas ganharam pressa. Não pediram vista. A maioria nem discursou.
Os bolsonaristas procurados por O Fator não esclareceram o que aconteceu.
Tarcísio Motta (PSOL-RJ) disse a O Fator que “a força da luta por justiça para Marielle é imensa e está promovendo uma devastação no submundo da política do Rio de Janeiro – e há ainda mais por vir. Isso provoca nos bolsonaristas um espírito de sobrevivência, ainda mais às vésperas das eleições municipais. São aliados históricos e ideológicos? São! Mas quando o barco começa a afundar, os ratos são os primeiros a pular”.