Por qual acordão bolsonaristas largaram Brazão?

Apoiado fervorosamente pela oposição e com votos de 25% dos deputados pela sua soltura, Brazão foi rifado
Chiquinho Brazão preso
Chiquinho Brazão, preso e falando aos colegas por videoconferência: rifado pelos bolsonaristas. Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

O Conselho de Ética da Câmara aprovou nesta quarta (28), por 15 x 1, a cassação do ainda deputado Chiquinho Brazão.

Não houve pedido de vista nem requerimento de retirada de pauta.

Os bolsonaristas Alexandre Ramagem, Domingos Sávio, Gustavo Gayer e Marcos Pollon estavam entre os que votaram “sim” pela cassação.

O comportamento bolsonarista era muito diferente em abril. 129 deputados votaram para soltar Brazão – entre eles, Alexandre Ramagem, Gustavo Gayer e Marcos Pollon. Domingos Sávio votou para soltar Brazão na CCJ, e depois faltou ao plenário.

Além disso, antes da votação, aliados de Bolsonaro fizeram de tudo para adiar uma decisão. Gilson Marques (Novo-SC), Fausto Pinato (PP-SP) e Roberto Duarte (Republicanos-AC) pediram vista na CCJ, em sessão realizada dois dias depois da prisão de Brazão, numa tentativa de esfriar a pauta.

“Foram seis anos e nós precisamos decidir em menos de um minuto”, disse na época Gilson Marques, do novo partido Novo. “Eu não sei qual é a pressa”.

Subitamente, os bolsonaristas ganharam pressa. Não pediram vista. A maioria nem discursou.

Os bolsonaristas procurados por O Fator não esclareceram o que aconteceu.

Tarcísio Motta (PSOL-RJ) disse a O Fator que “a força da luta por justiça para Marielle é imensa e está promovendo uma devastação no submundo da política do Rio de Janeiro – e há ainda mais por vir. Isso provoca nos bolsonaristas um espírito de sobrevivência, ainda mais às vésperas das eleições municipais. São aliados históricos e ideológicos? São! Mas quando o barco começa a afundar, os ratos são os primeiros a pular”.

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