Doze dos 41 vereadores de Belo Horizonte mais que dobraram o patrimônio pessoal nos últimos quatro anos, segundo comparativo feito por O Fator a partir das declarações de bens entregues por eles à Justiça Eleitoral a reboque dos pleitos de 2020 e 2024. Juntos, todos os integrantes da Câmara Municipal de Belo Horizonte declararam, à Justiça Eleitoral, possuir mais de R$ 25 milhões em ativos. Em que pese o aumento patrimonial registrado nas declarações de 12 parlamentares, outros 10 informaram diminuição patrimonial.
Dos atuais integrantes do Parlamento belo-horizontino, a mais rica é Fernanda Pereira Altoé (Novo). Ela declarou possuir patrimônio pouco superior a R$ 3 milhões. As cifras são 70,9% superiores às registradas por Altoé quatro anos atrás, quando informou ter cerca de R$ 1,7 milhões em bens.
A O Fator, a parlamentar disse que a evolução patrimonial não é fruto de sua atuação como vereadora. Ela afirmou receber um salário três vezes menor do que o ordenado a que tinha direito quando atuava no Ministério Público de São Paulo (MPSP). Segundo Altoé, seus pais têm feito transferências de bens para os filhos por meio de doações declaradas — com o devido recolhimento tributário.
“Acredito que a surpresa seja pela transparência e ética da minha conduta de declarar meus bens, sem omitir ou ocultar meu patrimônio, o que é muito comum no meio político”, disse.
Candidato a vice na chapa do prefeito Fuad Noman (PSD), o vereador Álvaro Damião (União Brasil) também teve crescimento considerável nos últimos quatro anos. Em 2020, declarou R$ 184 mil em bens. Agora, porém, apontou ser dono de ativos que somam R$ 1,7 milhão.
Já Loíde Gonçalves (MDB), que tomou posse no ano passado, como suplente de Nely Aquino (Podemos), eleita deputada federal, declarou possuir R$ 550 mil. Em 2020, ela apontou ser dona apenas de uma kombi, avaliada em R$ 24 mil.
Ao passo que alguns vereadores prosperaram, outros registraram perdas. Bruno Pedralva, do PT, amargo uma queda de mais de R$ 442 mil no valor dos bens declarados. Os R$ 843 mil informados quatro anos atrás foram substituídos pelos R$ 401 mil citados neste ano. O novo montante equivale a uma retração de 52%.
Pedralva explicou à reportagem que, em 2020, registrou bens em conjunto com ativos pertencentes à esposa. Neste ano, porém, o petista fez a separação de bens ao registrar a candidatura.
“Está registrado, certinho, na Receita Federal”, garantiu.
Três vereadores não declaram bens em nenhum dos pleitos: Ramon Bibiano (Republicanos), Marcos Crispim (DC) e Iza Lourença (Psol).