Após indicar Luísa Barreto como vice na chapa de Mauro Tramonte (Republicanos) e decidir pelo apoio a Bruno Engler (PL) no segundo turno contra o reeleito Fuad Noman (PSD), o Novo já sabe onde pretende depositar fichas para tornar mais frequentes os diálogos entre o partido e a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). A aposta da legenda para ampliar as pontes de diálogo com o Executivo municipal está no vice-prefeito eleito Álvaro Damião, do União Brasil.
Em conversas com O Fator, os vereadores Fernanda Altoé, Marcela Trópia e Bráulio Lara, reeleitos para novos mandatos, foram unânimes em afirmar que a eleição de Damião para vice-prefeito representa um trunfo que deve tornar mais harmoniosa a relação da Prefeitura com a Câmara.
Segundo correligionários do governador Romeu Zema, Damião, hoje exercendo mandato de vereador, é um político conciliador e capaz de conversar abertamente com todos os grupos formados no Legislativo.
O Novo, vale lembrar, integra a articulação que pretende levar Juliano Lopes (Podemos) à presidência da Câmara. O grupo tem o apoio do secretário de Estado da Casa Civil, Marcelo Aro (PP) e, na semana passada, reuniu 23 parlamentares em um jantar em torno de sua candidatura.
A prefeitura, por sua vez, ainda não definiu se vai participar dos debates sobre a corrida pelo comando do Legislativo. A opinião de Fuad é pela não interferência do Executivo na questão, mas ainda há questão fechada sobre o assunto.
Avaliação pós-eleitoral
No dia em que foi reeleito, Fuad disse a O Fator que não descartava ter, em seu segundo governo, quadros indicados por partidos à esquerda, como o PT. A possibilidade foi discutida em uma reunião do chefe do Executivo com petistas nessa segunda-feira (3).
A eventual participação de representantes do PT no segundo governo incomoda o Novo, mas não chega a surpreender as lideranças do partido. Isso porque, entre outras coisas, Fuad chegou a prefeitura após ser eleito vice de Alexandre Kalil.
Sobre a votação de Tramonte, que terminou na terceira posição, o Novo segue entoando o mantra de que o protagonismo de Kalil e o “escaneamento” do governador Zema na campanha foram os dois fatores que definiram a derrota.
Para 2026, a legenda projeta um cenário positivo. O partido manteve sua bancada, composta por três cadeiras, e teve dois entre os cinco vereadores mais votados de Belo Horizonte. Sinal verde, ou talvez laranja, para fazer de BH uma trincheira importante na eleição para o governo de Minas Gerais — que, se depender de Zema, terá Mateus Simões como candidato.