Procurador-geral critica ex-chefe de gabinete, agora candidato ao comando do MPMG: ‘projeto pessoal’

Jarbas Soares Júnior divulgou carta para comentar a candidatura de Paulo de Tarso, um dos quatro concorrentes à PGJ
Pelo menos quatro nomes já iniciaram movimentações pela eleição interna no MPMG. Foto: Divulgação/ALMG
Quatro nomes vão disputar a chefia do MPMG. Foto: Divulgação/ALMG

O procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Jarbas Soares Júnior, divulgou, nesta quarta-feira (6), uma carta aberta em que trata das tensões causadas pela disputa pelo comando do Ministério Público estadual (MPMG). No documento, Jarbas diz que seu ex-chefe de gabinete, o procurador Paulo de Tarso, resolveu lançar uma candidatura própria por causa de um “projeto pessoal”. 

Na carta, o atual PGJ diz ter recebido informações sobre críticas feitas por Paulo de Tarso à atual administração durante a campanha eleitoral, especialmente em eventos no interior. “Tem me decepcionado os relatos dos colegas sobre o tom de oposição adotado por ele”, afirma Jarbas, no texto.

Paulo de Tarso, chamado de “Paulinho” por Jarbas na carta, era o chefe de gabinete da procuradoria-geral até outubro deste ano. O grupo do atual PGJ apoia a candidatura de Carlos André Mariani Bittencourt. Mariani, aliás, também é apoiado pelo promotor Carlos Eduardo Ferreira Pinto, coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa do Meio Ambiente (Caoma).

Além de Tarso e Mariani, a disputa tem as participações dos procuradores Geraldo Vasques e Marcos Tofani. O pleito ocorrerá no próximo dia 18.

“Respeito, mas lamento que o Paulinho, tão querido por todos nós, tenha optado por um projeto pessoal e buscado o caminho emotivo e choroso nesse processo eleitoral, talvez guiado pelo seu marqueteiro, que talvez não saiba que misturar religião e questões familiares com as atividades do Ministério Público é uma receita de péssimo gosto”, lê-se em outro trecho do manifesto de Jarbas.

O atual procurador-geral ainda diz que Paulo de Tarso poderia se cacifar para a chefia do MP mineiro no futuro.

“Posso dizer que o Paulinho, que ingressou no Ministério Público poucos anos depois de mim e do Carlos André (Mariani), teve uma participação efetiva de décadas ao nosso lado, além do conhecimento de parte da história recente da Instituição. Bastava, pois, ganhar maturidade, mais musculatura e passar por outras experiências, além da Chefia de Gabinete, e esperar o melhor momento para nos liderar, que viria naturalmente, ao contrário do que ocorreu agora, com uma candidatura com rupturas”, falou.

‘Compromisso’

Ainda conforme o documento, havia um compromisso para que os integrantes da atual gestão do MPMG apoiassem o candidato a procurador-geral que estivesse em “em melhores condições no momento da decisão”. Foi a partir desse critério que, segundo Jarbas, o grupo optou por endossar a candidatura de Mariani, hoje procurador-geral de Justiça Adjunto Institucional.

Segundo o texto, a candidatura de Paulo de Tarso dividiria a atual gestão, além de haver resistências político-partidárias externas. O documento ainda aponta a necessidade de alguém com maior trânsito interno e externo como elemento que levou à escolha por Carlos André Mariani.

Ainda segundo Jarbas Soares, apenas um assessor especial de Paulo de Tarso o acompanhou na empreitada da candidatura própria. 

“Todos os demais, sem exceção, apoiam a candidatura do Carlos André”, diz .

Leia também:

A quadrilha que causou ‘tensão’ entre um deputado e a Polícia Legislativa da ALMG

Prefeito acusa Samarco de descumprir prazos para obras corretivas no entorno de Candonga

Os dados alarmantes do relatório final de fiscalização do TCE em unidades de saúde de MG

Veja os Stories em @OFatorOficial. Acesse