Recuperado dos problemas de saúde que o levaram a permanecer internado por cinco dias no fim de novembro, o prefeito reeleito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), retomou sua agenda política e terá, nos próximos dias, uma nova rodada de conversas com os partidos que estiveram ao seu lado durante a campanha. Dirigentes de PT, PV, Cidadania, PCdoB e PDT afirmaram a O Fator que irão se reunir com Fuad e sua equipe de governo a partir da próxima segunda-feira (9).
Os encontros darão sequência à definição dos espaços que serão ocupados por cada legenda na administração municipal. Interlocutores da prefeitura e da Câmara Municipal informaram que o prefeito esperava a aprovação da Reforma Administrativa para manter conversas mais adiantadas com as direções partidárias. No texto da reforma, aprovada em segundo turno na Câmara na última terça, dia 2, consta a criação de quatro novas secretarias, a instituição de duas coordenadorias especiais e o acréscimo de 53 novos cargos no Executivo.
Embora não assumam oficialmente as áreas para as quais serão direcionados seus pleitos, os partidos já sabem o que irão demandar ao prefeito. O PV, por exemplo, espera manter a secretaria de Meio Ambiente, hoje liderada pelo presidente municipal do partido, Gelson Leite.
Conforme adiantou O Fator, a principal demanda do PCdoB será a administração da Regional Nordeste, região de atuação do vereador eleito Edmar Branco. Já o Cidadania está representado hoje por sua presidente municipal, a ex-deputada estadual Luzia Ferreira, que ocupa a coordenadoria adjunta da Regional Oeste.
O presidente municipal do PT, Guilherme Jardim, o Guima, afirmou que o partido espera um convite do prefeito para ocupar ao menos uma secretaria no primeiro escalão do governo. Atualmente, os petistas não estão representados no secretariado de Fuad.
“O que nós esperamos é conversar com o prefeito sobre o que ele pensa para a cidade. O PT é o partido do presidente da República, temos uma reconhecida história de gestão em Belo Horizonte e, obviamente, reunimos quadros com capacidade técnica para contribuir em todas as áreas da PBH”, defendeu.
Os petistas participaram da maior parte do governo Fuad por meio da gestão da Secretaria Municipal de Assistência Social. A então titular da pasta, Rosilene Rocha, deixou o Executivo em abril, em meio a uma polêmica sobre a instalação de adesivos LGBTQIA+ na fachada do Centro de Referência destinado a atender essa população. À ocasião, o PT já ensaiava o lançamento da candidatura a prefeito do deputado federal Rogério Correia.
Para 2025, uma das possibilidades debatidas para alocar o PT seria a Secretaria Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, que será criada a reboque da reforma administrativa. Apesar disso, não há martelo batido.
O PDT conta hoje com o líder do governo na Câmara, vereador Bruno Miranda. Nos bastidores, o nome do parlamentar é tido como um possível candidato à presidência da Câmara Municipal. O vereador informou que já foi solicitada ao prefeito uma reunião com a direção da legenda.
Uma outra etapa nas negociações será mantida com os parlamentares que não foram reeleitos para a próxima legislatura. É o caso, por exemplo, do vereador Gilson Guimarães (PSB), que já solicitou ao governo uma audiência com o prefeito para discutir seu futuro político