Era uma manhã de domingo em março deste ano quando a Polícia Federal prendeu os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão. Foi uma prisão preventiva, por terem atrapalhado as investigações do caso Marielle. Semanas depois, em junho, a 1ª Turma do STF tornou os irmãos réus pelo assassinato da vereadora e do motorista Anderson Gomes.
Chiquinho Brazão vai passar o réveillon preso, mas ainda deputado federal. O Conselho de Ética da Câmara aprovou sua cassação no fim de agosto por 15 x 1, confirmada pela CCJ em setembro por 57 x 2. Mas Arthur Lira nunca levou a cassação para o plenário, e portanto ela não recebeu a votação decisiva.
O Fator antecipou a jogada em setembro. Deputados bolsonaristas, que publicamente pediram liberdade para Chiquinho, largaram a mão dele. Estava tudo combinado: não precisavam defendê-lo, já que contavam com Lira para tirar a bola de jogo.
Preso aguardando o julgamento, Chiquinho segue embolsando o salário. Seu gabinete ainda gasta cerca de R$ 125 mil por mês com salários de assessores. O próprio Chiquinho recebe outros R$ 7,9 mil líquidos por mês – o pagamento sofre descontos por ele faltar às sessões na Câmara.
Um dia após a prisão de Chiquinho, O Fator mostrou em primeira mão que um projeto relatado por ele fortaleceria a milícia. O projeto obrigaria o governo a fornecer outra casa para a família expulsa por uma quadrilha ou milícia do Minha Casa Minha Vida. O texto ainda não teve novo parecer.
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