O Departamento de Agricultura, equivalente americano ao Ministério da Agricultura, não soube identificar a “consultoria brasileira de floresta e gênero” que teve um contrato cancelado na semana passada no valor de US$ 229 mil (R$ 1,3 milhão).
Na sexta passada (14), o departamento disse em comunicado à imprensa ter encerrado 78 contratos, somando mais de US$ 132 milhões – o equivalente a 0,5% de seu orçamento previsto para o atual ano fiscal, de US$ 231 bilhões, com “b” de boi.
Um desses contratos foi o de uma “Consultoria Brasileira de Florestas e Gênero”, no valor de US$ 229 mil.
O Fator perguntou ao departamento americano qual consultoria era essa, mas a assessoria de imprensa não soube responder.
“A Secretária [Brooke] Rollins foi confirmada na última quinta-feira [pelo Senado] e está revisando os programas que foram suspensos pelas diretrizes do Presidente [Trump]”, disse o Departamento de Agricultura, em nota enviada hoje.
“Ela entende que fazendeiros, pecuaristas e madeireiros tomaram decisões com base nessas oportunidades de financiamento, e que alguns estavam esperando pagamentos durante essa revisão que abrange todo o governo. A Secretária Rollins está trabalhando para fazer determinações o mais rápido possível e espera compartilhar mais informações no final desta semana”, acrescentou o departamento.
No site USAspending, equivalente americano ao Portal da Transparência, O Fator não encontrou contratos ou concessões (grants) nesse valor ou com esse tema.
Por exemplo, aparecem vários contratos do Departamento de Agricultura, para serviços no Brasil, da Management & Engineering Technologies International. Há um de US$ 215 mil e outro de US$ 198 mil, valores diferentes do identificado no release sobre corte de gastos.
O departamento também tem grants, para atividades no Brasil, com instituições como Universidade Estadual do Colorado, Fundação Vitória Amazônica, Aliança da Terra e Imazon, novamente em valores incompatíveis com o anunciado no release.
Reportagem do New York Times desta terça (18) mostrou que o DOGE, departamento que tem Elon Musk como garoto-propaganda mas não é formalmente chefiado por ele, anunciou uma economia de US$ 8 bilhões por cortar um contrato que na verdade tinha um milésimo desse valor, US$ 8 milhões.
Leia mais: