É uma pena, mas Minas Gerais está mesmo ficando para trás ou, como diz o ditado popular, perdendo o trem.
Nesta sexta-feira (2), os principais jornais gaúchos informam que o montante principal do débito do estado com a União será negociado em razão de diversos erros de cálculo por parte do Tesouro Nacional. Os técnicos do Rio Grande do Sul detectaram que a interpretação equivocada das regras de correção do passivo, adotada desde 2015, gerou um “errinho” de mais de 12 bilhões de reais em um total de R$ 92 bilhões. Agora, imaginem o leitor e a leitora a quantidade destes “pequenos equívocos” que pode haver com a dívida mineira de mais de 160 bilhões de reais.
O Palácio Piratini já enviou um ofício, assinado pelo governador Eduardo Leite (PSDB), questionando estes tropeços técnicos e pedindo, ainda, que a SELIC seja substituída como indexador pela taxa de atualização de 3%, o mesmo percentual cobrado dos agricultores beneficiados pelo Plano Safra.
Os gaúchos foram ágeis e entenderam que a cobrança da dívida pela União significa pagar o Tesouro Nacional com bens públicos e recursos que seriam destinados a hospitais e escolas, ou seja, no limite, com a dignidade da própria população do estado. O objetivo do Governo Federal deveria ser a aplicação de recursos no Rio Grande do Sul e não contrário, subtrair o dinheiro dos gaúchos – ou dos mineiros.
E MINAS?
Bem, Minas ainda caminha como se fosse um carneirinho em direção ao abatedouro (RRF – Regime de Recuperação Fiscal) sem questionar o valor principal da dívida. Aliás, fica a pergunta: por que nossas autoridades se omitem nesta discussão e “escondem a cabeça” tal como avestruzes?
Essa não é a natureza do mineiro, que labuta e luta pelo que é seu. Que fique bem claro para os responsáveis: o futuro irá cobrar tal omissão.