Disputa entre grupos de Fuad e Damião na PBH tem ‘rivalidade’ nos andares do edifício-sede

Gestão completa três meses no final de março; disputa por espaço segue dificultando tomada de decisões na prefeitura
PBH
Pressões de partidos, vereadores e suplentes em prol do anúncio dos ocupantes dos cargos ainda vagos na administração não têm data para se encerrar. Fotos: Rodrigo Clemente/PBH

As divergências entre os grupos do prefeito licenciado de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), e do prefeito em exercício, Álvaro Damião (União Brasil), que já duram cerca de três meses, se refletem até mesmo nos andares do edifício-sede da prefeitura, na Avenida Afonso Pena. Enquanto o gabinete de Fuad fica no segundo andar, o de Damião está no quinto piso. Perto de cada um dos escritórios, estão os servidores mais próximos ao chefe do Executivo reeleito e ao prefeito interino

Segundo fontes ligadas à prefeitura, as indefinições em torno de temas como eventuais mudanças no secretariado têm como uma das causas a disputa por protagonismo entre funcionários lotados no segundo e no quinto andares do prédio.

As pressões exercidas por partidos, vereadores e suplentes em prol do anúncio dos ocupantes dos cargos ainda vagos na administração municipal não têm data para se encerrar. A expectativa de completar todo o quadro de nomeações após o carnaval se esvaiu.

Na última semana, interlocutores afirmaram a O Fator que a prefeitura prepara a edição de um decreto que irá criar novos cargos ligados à Coordenadoria Especial de Vilas e Favelas nas regionais. A iniciativa teria sido pensada justamente para abrigar aliados, sem a necessidade de fazer mudanças no primeiro escalão.

O titular da própria Coordenadoria de Vilas e Favelas, criada a reboque da reforma administrativa, ainda não foi anunciado. Aprovada pela Câmara Municipal em dezembro de 2024, a reforma foi sancionada pelo prefeito em exercício no último dia 3 de fevereiro.

Outros órgãos municipais, entre eles a secretaria municipal de Esportes e Lazer e a Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica, seguem disputados por partidos como PSDB, Solidariedade, PT e PDT.

Após um período de férias no exterior, o retorno do senador Rodrigo Pacheco (PSD) ao Brasil é tido internamente como um aspecto que pode acelerar a tomada de algumas decisões na administração municipal. O senador foi responsável, em abril de 2024, pela indicação do ex-secretário de Governo da PBH, Anselmo José Domingos, exonerado na última semana de dezembro em razão da disputa pela presidência da Câmara Municipal.

À época, Anselmo defendia o apoio do Executivo a Juliano Lopes (Podemos), que acabou eleito, enquanto outra ala, que contava com o endosso de Damião, reivindicava o lançamento de candidatura própria, movimento concretizado por meio de chapa liderada por Bruno Miranda (PDT).

Pacheco indicou o também ex-deputado estadual Célio Moreira, atualmente consultor técnico especializado no Executivo municipal.

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