EUA querem proteger Guiana como países do Golfo Árabe

Às vésperas de viagem de Marco Rubio, enviado Mauricio Claver-Carone disse estar de olho em “ameaças da Venezuela”
Secretary Marco Rubio arrives at Québec City Jean Lesage International Airport in Quebec City, Quebec, March 12 2025. (Official State Department photo by Freddie Everett)
Marco Rubio: Foto: Freddie Everett/Departamento de Estado

O enviado especial dos Estados Unidos para a América Latina, Mauricio Claver-Carone, disse nesta terça (25) que o Caribe vive “um momento histórico” para a segurança energética, uma referência à crescente produção de petróleo na região. Ele acrescentou que os EUA querem defender a Guiana como os estados árabes do Golfo.

“Estamos em um momento histórico no Caribe para a segurança energética, que tem sido o calcanhar de Aquiles do Caribe”, disse Claver-Carone, em coletiva de imprensa por telefone para jornalistas das Américas, da qual O Fator participou. O objetivo da coletiva era falar sobre a próxima viagem do secretário de Estado, Marco Rubio, que nesta semana vai visitar Jamaica, Guiana e Suriname em uma viagem de dois dias.

“Obviamente, o fato de que todos eles [países do Caribe] são importadores dependentes e, [sofreram] problemas de fornecimento a esse respeito. Isso também levou a uma longa história de práticas extorsivas da Petrocaribe, da Venezuela, que vimos historicamente. Tudo isso acabou, e chegou a hora de virar a página”, acrescentou o enviado especial.

A Guiana, disse, irá este ano “se tornar a maior produtora de petróleo per capita do mundo”, superando o Catar e o Kuwait.

“Esta é uma grande história dos últimos cinco anos. Quero dizer, é provavelmente uma das maiores histórias dos últimos cinco anos”, declarou.

A exploração de petróleo na Guiana disparou a partir de 2020, fazendo dela um dos poucos países a crescer economicamente no primeiro ano da pandemia. A produção offshore, em área vizinha à que a Petrobras chama de Margem Equatorial, é liderada pela americana ExxonMobil.

“A segurança da Guiana é a principal prioridade”, afirmou Claver-Carone. “Da mesma forma que temos trabalhado com os países nos Estados do Golfo para garantir a cooperação de segurança das ameaças regionais de lá, Irã, etc. Queremos trabalhar com a Guiana, a fim de garantir a cooperação de segurança lá, e suas garantias em sua segurança”.

“Vimos as ameaças da Venezuela”, acrescentou. Temos visto as abordagens em direção às instalações da Exxon. Obviamente, isso é inaceitável, e queremos trabalhar juntos para garantir um acordo vinculativo, um acordo em direção à cooperação vinculativa de segurança. Isso é uma vitória para a Guiana e para os Estados Unidos, e acho que isso será uma grande parte das conversas do secretário [Rubio] enquanto ele estiver lá”.

Em 1º de março, o presidente da Guiana, Irfaan Ali, disse que um navio da Marinha venezuelana entrou nas águas de seu país, aproximando-se de uma plataforma administrada pela ExxonMobil. Pelas contas do secretariado-geral da OEA, que condenou a ação da Venezuela, foi mais de uma embarcação.

Pelos dados do governo americano, em número absoluto de barris de petróleo por ano, o Kuwait foi o 10º maior produtor em 2023, atrás do Brasil, que ficou em 7º lugar. A lista é liderada pelos Estados Unidos. Guiana e Catar não estavam na lista dos top 10 em termos absolutos.

Esta já é a segunda viagem de Rubio a países das Américas neste ano. Em fevereiro, ele passou por Panamá, El Salvador, Costa Rica, Guatemala e República Dominicana.

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