Após 3 meses, projeto de Pacheco para refinanciar dívidas estaduais será votado pela Câmara

Propag foi aprovado pelo Senado Federal em agosto e, agora, será analisado por deputados federais
O plenário da Câmara dos Deputaods
Plenário poderá votar Propag nesta quarta-feira (4). Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Os deputados federais podem votar, nesta quarta-feira (4), o projeto de lei complementar (PLP) que trata da renegociação das dívidas dos governos estaduais com a União. O texto tramita em regime de urgência e está na pauta da reunião plenária prevista para começar às 13h55. A ideia, apresentada pelo presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foi aprovada pelo Senado Federal em agosto e trata da criação do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag).

O pilar do Propag é a federalização de ativos estaduais. O repasse, à União, de bens como as estatais mantidas pelos governos locais, serviria para amortizar os saldos devedores e diminuir os juros dos passivos. Minas Gerais, cujo débito com o governo federal já esteve na casa dos R$ 165 bilhões, pretende aderir ao arcabouço.

O relator do projeto de Pacheco na Câmara é o deputado Doutor Luizinho (PP-RJ), que emitiu parecer favorável ao pacote de ajuste de contas estaduais. Como já havia mostrado O Fator, defensores do Propag esperavam que o texto, que tramita em regime de urgência, fosse analisado pelo plenário da Câmara ainda neste ano.

Luizinho apresentou uma série de alterações à versão aprovada pelo Senado Federal. Na lista de mudanças, está, por exemplo, a ampliação do prazo para a adesão ao pacote

Se, antes, o texto dava 120 dias após a publicação da lei para que os estados entrarem no pacote, o parlamentar sugeriu ampliar a data-limite até 31 de dezembro de 2025. O alongamento serviria para dar mais fôlego aos governos locais para fazer as adequações necessárias à vigência no Propag.

Outra mudança relevante diz respeito aos estados que já participam do Regime de Recuperação Fiscal (RRF) — caso de Minas. O substitutivo estabelece que aqueles que aderiram ao RRF até dezembro de 2024 e optarem pelo Propag terão um cronograma gradual de pagamentos, começando com 20% do valor das prestações no primeiro ano e aumentando progressivamente até atingir 100% no quinto ano.

O novo texto mantém a indexação da dívida ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mas estabelece diferentes taxas de juros conforme o percentual de redução da dívida que o estado conseguir alcançar, variando de 0% a 4% ao ano.

As alterações propostas pelo relator ainda precisam ser votadas na Câmara dos Deputados e, se aprovadas, terão de retornar ao Senado para nova apreciação.

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