Os bancos estão absolutamente apavorados com as ‘bets’.
No começo deste mês, Isaac Sidney, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), defendeu a antecipação da proibição do cartão de crédito para pagar apostas esportivas.
“Eu particularmente entendo – é uma posição pessoal – que o governo deveria usar todos os meios legais para proibir, imediatamente, o uso do cartão de crédito para a realização dos jogos”, disse em entrevista ao Estadão.
A proibição já estava marcada para valer a partir de 1º de janeiro.
Pois bem. Na quinta passada (26), o Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR) anunciou em nota à imprensa decisão voluntária de banir o uso de cartões de crédito como forma de pagamento. O texto não especifica um prazo para isso.
O IBJR reúne ‘bets’ como bet365 e outros grupos, e diz representar 70% do mercado de apostas no Brasil.
Horas depois da publicação da nota do IBJR, Sidney foi além. Em entrevista à Folha, defendeu também a proibição do pagamento de apostas com Pix.
Essa briga vai ser bem mais difícil.
Relatório do Banco Central publicado na semana passada mostrou que as ‘bets’ recebem cerca de R$ 20 bilhões (com “b” de “bet”) por mês apenas em Pix.
“Cerca de 24 milhões de pessoas físicas participaram de jogos de azar e apostas, realizando ao menos uma transferência via Pix para essas empresas”, diz o texto do BC.
Esse número inclui cerca de 5 milhões de pessoas integrantes de famílias beneficiárias do Bolsa Família.