Importante indicativo de mudança nas negociações da dívida de Minas com a União: interlocutores que participam das conversas já cogitam a retirada da Cemig e da Copasa do Plano de Federalização de estatais como parte do pagamento.
Neste cenário, ainda em conversas iniciais, a Codemig permaneceria na proposta para ser federalizada, fato que agrada o governo mineiro, uma vez que a estatal, apesar de possuir ativos valiosos, é considerada – de forma geral – complexa demais para ser negociada.
Novidades sobre as discussões, no entanto, só devem acontecer a partir de fevereiro. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, retorna nesta segunda (15) das férias e irá se reunir com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, ainda à tarde. Ocorre que, nos próximos dias, o próprio Pacheco, um dos líderes desta negociação, irá viajar para o Fórum Econômico em Davos, na Suíça.
A propósito, o governo Zema continua aguardando uma resposta de Haddad e do Tesouro Nacional justamente sobre a federalização da Codemig. Um ofício, enviado em outubro à Secretaria do Tesouro, ainda – segundo interlocutores – não teria sido respondido.
A proposta de federalizar as estatais mineiras, levantada inicialmente por Pacheco e pelo presidente da Assembleia, Tadeu Martins Leite, surgiu como alternativa para que Minas não precisasse aderir ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). A adesão é defendida por Zema, mas, na avaliação de deputados, não resolveria a questão do endividamento do Estado e poderia, também, gerar prejuízos ao funcionalismo.
Pitaco do Kertzman: Ainda que eu entenda a necessidade do governo abater boa parte da dívida de Minas, me incomoda transferir um ativo (Codemig) tão bem administrado ultimamente, dando lucro e cumprindo importante papel na economia do Estado, para a esfera federal, cujo histórico na gestão de estatais dispensa maiores comentários.