O clima ficou tenso em audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais que discutiu recomposição das perdas inflacionárias dos policiais militares. O comandante-geral da PMMG, coronel Rodrigo Piassi, se mostrou incomodado por ter sido convocado e não convidado a participar da reunião. Em sua fala, criticou o deputado Sargento Rodrigues (PL) dizendo que o parlamentar enfraquece a corporação.
Presidente da Comissão de Segurança Pública , o deputado Sargento Rodrigues respondeu o comandante-geral dizendo que ele não ditaria as regras durante a audiência pública. O parlamentar chegou a ler um trecho do regimento interno da ALMG.
A convocação
A presença do comandante-geral na audiência foi solicitada pelos deputados Rodrigues e Caporezzo (PL), sob a justificativa de que o coronel não compareceu na reunião marcada para a última semana. Além disso, os parlamentares alegam que não houve justificativa para a ausência.
Os ânimos ficaram exaltados logo no início, quando Sargento Rodrigues passou a palavra para o comandante Rodrigo Piassi. “Agradeço que a palavra tenha sido transmitida a mim, porque acredito muito que se eu fui convocado para essa assembleia não foi para ouvi-los. O senhor me chamou aqui para que eu seja ouvido”, afirmou.
Rodrigues respondeu o comandante dizendo que ele, como presidente da Comissão, ditava as regras. “Quem dirige os trabalhos sou eu. Não é o senhor e nenhum convidado ou convocado. Nem o secretário de estado”, disse. Em seguida, o deputado leu um artigo do regimento interno que trata sobre as funções do presidente de uma comissão.
Troca de farpas
O comandante-geral da PM voltou a criticar o deputado mostrando, mais uma vez, sua indignação por ter sido convocado e não convidado. “Quero começar aqui, senhor presidente, dizendo que não me sinto confortável em estar nesta reunião, pois estou em uma situação de convocado”, comentou.
Em seguida, atacou o deputado. “Quero dizer algumas coisas para o senhor e responder, também, o deputado Caporezzo. Lamento muito a condição de estar aqui como comandante geral da PM, pois acredito que uma audiência como essa só atrapalha a discussão dos assuntos de interesse dos militares estaduais. Senhor deputado, ao tentar enfraquecer as funções do comandante-geral da PM, o senhor enfraquece a instituição que eu pertenço. Quero dizer a todos que eu só atendo a convocação, pois incorro em pena administrativa”, continuou.