Conclusão de perícia de documentos da SEC dos EUA deve ‘destravar’ processo criminal de Brumadinho

Defesa de engenheiros e técnicos da Vale pediu conclusão da perícia há cinco meses antes de processo continuar
A barragem 1 da mina Córrego do Feijão se rompeu no dia 25 de janeiro de 2019, matando 272 pessoas e gerando dano ambiental e social ainda incalculável
A barragem 1 da mina Córrego do Feijão se rompeu no dia 25 de janeiro de 2019, matando 270 pessoas e gerando dano ambiental e social ainda incalculável. Foto: Ibama/Divulgação

A ação penal contra os acusados pelo rompimento da barragem em Brumadinho, em 2019, pode estar prestes a retomar seu curso natural no Superior Tribunal de Justiça (STJ) após quase cinco meses de processo parado. Fontes ligadas ao caso informaram O Fator que a perícia dos documentos da Securities and Exchange Commission (SEC), órgão regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos, deve ser concluída nos próximos dias, possivelmente já na próxima semana.

A conclusão desta perícia é aguardada com grande expectativa, pois seu resultado deve permitir o destravamento do andamento da ação penal, que está suspensa desde abril de 2024. O processo foi interrompido quando o ministro relator Sebastião Reis Júnior, do STJ, deferiu uma liminar suspendendo o prazo para a apresentação das respostas à acusação por parte dos réus. A defesa argumentou, na época, que ainda era necessária uma perícia dos documentos para que o processo continuasse.

Os documentos da SEC estão disponíveis no processo desde setembro de 2023. No entanto, a defesa dos réus utilizou a existência desses documentos como argumento para solicitar a suspensão da ação, alegando a necessidade de mais tempo para analisá-los.

Peritos judiciais estão trabalhando para extrair os dados da documentação da SEC e transferi-los para um sistema que permita a obtenção das informações de forma estruturada. Este procedimento é crucial para que todas as partes envolvidas no processo tenham acesso adequado aos documentos.

A suspensão do processo tem gerado críticas por parte da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos da Tragédia do Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão em Brumadinho (Avabrum). A associação argumenta que a suspensão causa graves prejuízos aos direitos das vítimas à razoável duração do processo e à realização da justiça penal.

O Ministério Público Federal (MPF) também se manifestou contrariamente à suspensão do prazo. Em parecer enviado ao STJ, o Subprocurador-Geral da República, Celso de Albuquerque Silva, recomendou a revogação da liminar, argumentando que não há prejuízo ao exercício do direito de defesa dos réus.

O caso envolve 16 pessoas físicas e duas empresas denunciadas pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) pelos crimes relacionados ao rompimento da barragem, que resultou em 270 mortes e danos ambientais incalculáveis.

Com a conclusão da perícia, espera-se que o STJ possa reavaliar a suspensão do prazo processual e permitir que a ação penal retome seu curso normal.

Leia também:

Zema diz a Haddad que Propag foi ‘mutilado’ por Lula e fala em ‘boicote’ do governo federal

Os detalhes da reforma administrativa articulada por Marília em Contagem

Impasse judicial deve empurrar definição de vaga para conselheiro do TCE de MG para 2026

Veja os Stories em @OFatorOficial. Acesse