Embate entre deputados de PT e PL na ALMG tem ‘sobra’ até para ex-ministro de Bolsonaro

Leleco Pimentel e Amanda Teixeira Dias discordaram sobre mudança de modelo de gestão de hospitais públicos
Montagem com fotos de Leleco Pimentel e Amanda Teixeira Dias
Leleco Pimentel e Amanda Teixeira Dias têm opiniões divergentes sobre mudança de gestão de hospitais da Fhemig. Fotos: Luiz Santana/ALMG

Os deputados estaduais Leleco Pimentel (PT) e Amanda Teixeira Dias (PL) protagonizaram um embate retórico na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) no início da noite dessa quarta-feira (10). Os parlamentares debatiam, na Comissão de Administração Pública (APU), uma proposta do governador Romeu Zema (Novo) para mudar o modelo de gestão de hospitais da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig). Em meio a discordâncias de lado a lado, “sobrou” para o ex-ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, pai de Amanda.

“Me perdoe, mas é filha de um ex-ministro. Não sabe discernir as coisas. É uma pena a gente ter de dizer que, infelizmente, o inelegível colocou como ministro quem não soube, de forma alguma, ajudar a filha a compreender a diferença entre público privado e lembrá-la que aqueles que querem mamar na teta do Estado fazem isso: dizem que é privado, mas querem 100% do dinheiro público. Estou respondendo para que a deputada compreenda que aqui não tem debilóide”, disse Leleco.

Marcelo Álvaro Antônio foi ministro do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A menção a ele, que hoje atua como deputado federal, não foi bem recebida por Amanda.

“Ser filha de ex-ministro é um grande orgulho para mim e para toda a minha família. Acredito que isso não me torna inferior em nada. Quem sabe um dia o senhor não seja convidado para ser ministro do Lula também?”, rebateu.

O novo modelo proposto pelo governo diz respeito à adoção do Serviço Social Autônomo (SSA). Se o SSA for aprovado pelos deputados, a gestão dos hospitais da Fhemig poderá ser repassada a uma entidade do terceiro setor, que atuará em cooperação com o poder público.

Durante o debate sobre o SSA, Amanda Teixeira Dias elogiou o Hospital Célio de Castro, no Barreiro, em Belo Horizonte. A unidade adota o modelo pensado pelo governo mineiro para as casas de saúde da Fhemig.

“O que deu certo no Barreiro, na minha região, também vai dar para Minas Gerais”, apontou. 

“A deputada não sabe discernir entre público e privado e não sabe o que é SUS. Alguém tem de explicar para ela que quem mantém aquele Célio de Castro é o SUS. Então, não venha com essa conversa fiada de dizer público e privado. É o escárnio de gente que vem para a política fazer negócio que acha que o privado é melhor que o público, mas quer o dinheiro do Estado”, contrapôs Leleco.

A parlamentar do PL, por sua vez, refutou o posicionamento do colega.

“O senhor, deputado, diz que eu estaria debochando da sua inteligência, mas o senhor está debochando da minha. Em que momento eu disse que o Hospital Célio de Castro não era SUS? Eu falei sobre a gestão. A gestão é privada, assim como a gestão de outro hospital privado. O que difere é que, no Hospital Célio de Castro, o recurso é público. Em um hospital privado, o recurso é privado”, indicou.

Relatório em avulso

 O projeto que autoriza a utilização da estratégia de SSA na Rede Fhemig ainda não foi votado pela Comissão de Administração Pública. Nessa quarta, o relator do texto, Roberto Andrade (PRD), distribuiu aos colegas um parecer pela aprovação da ideia no comitê.

Depois que passar pelo colegiado, o projeto terá de ser votado pela Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO). Assim, estará pronto para a análise em 1° turno no plenário.

O plano da equipe de Zema é adotar o Serviço de Saúde Autônomo, primeiro, no Hospital Alberto Cavalcanti, em BH. A unidade tem, como carro-chefe, o atendimento a pacientes oncológicos. Segundo o Executivo, o novo modelo vai aumentar o acesso dos usuários do SUS a consultas, tratamentos e cirurgias, diminuindo as filas de espera.

Ainda conforme o governo, com a adoção do SSA, seria possível redirecionar servidores para a aplicação de políticas públicas em saúde, deixando a gestão hospitalar em si para outros atores.

Durante a tramitação da proposta na Assembleia, a oposição, crítica de pontos da proposta, conseguiu emplacar emendas para garantir, por exemplo, a prestação de contas trimestral dos hospitais.

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