Os pedidos do Ministério do Trabalho para regulamentar o mototáxi em BH

Após recuo em pedido de suspensão do serviço, governo federal quer concluir a regulação da função até maio
Foto mostra motocicletas
Regulamentação dos mototáxis em BH é pleito do Ministério do Trabalho. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

O superintendente do Ministério do Trabalho em Minas Gerais, Carlos Calazans, já sabe as sugestões que levará às rodadas de negociação para a regulamentação do serviço de mototáxis em Belo Horizonte. Representantes dos condutores de aplicativo têm conversado com a prefeitura e com vereadores da cidade a fim de construir um arcabouço sobre a profissão. Na lista de sugestões de Calazans, estão a oferta de cursos periódicos aos motociclistas, que precisariam ter idade mínima de 21 anos, e o fornecimento de toucas de proteção aos passageiros.

No mês passado, o superintendente do Ministério do Trabalho chegou a reivindicar a suspensão da atividade de mototaxista na cidade por 90 dias até a realização das adequações. Posteriormente, entretanto, recuou da proposta. Apesar disso, mantém pleitos como a implantação de faixas exclusivas para os veículos de duas rodas.

“Nosso objetivo foi inaugurar o debate. É preciso que todos entendam que o que está sendo transportado ali são vidas, e não sanduíches. Vamos seguir conversando com os atores envolvidos até encontrarmos um consenso. Caso a atividade não seja regulamentada até o mês de maio, estudaremos quais medidas poderemos tomar”, disse.

Sugestões do Ministério do Trabalho para regulamentar os mototáxis em BH:

Para os condutores:

  • Ter ao menos 21 anos;
  • Utilizar motos com no mínimo 125 cilindradas e no máximo 10 anos de fabricação;
  • Ter no mínimo um ano de habilitação;
  • Cursos periódicos de condução e transporte de passageiros.

Para os passageiros:

  • Utilizar calçados fechados, com veto a chinelos, sandálias e sapatos de salto alto; 
  • Não usar o celular durante as viagens;
  • Não solicitar o serviço após o consumo de bebida alcóolica.

Para as empresas que controlam os aplicativos:

  • Fornecer toucas descartáveis a todos os passageiros; 
  • Melhorar a remuneração dos trabalhadores;
  • Instalar pontos de apoio para os mototaxistas.  

Para a Polícia Militar:

  • Fiscalizar a atividade e punir os trabalhadores e usuários que descumprirem as regras de regulamentação.

Para a Prefeitura de Belo Horizonte:

  • Implantar faixas exclusivas para as motos nas avenidas mais movimentadas da cidade.

Expansão do debate

A primeira reunião para tratar das medidas rumo à regulamentação do serviço em BH aconteceu na terça-feira (18), na Câmara Municipal, com a participação de parlamentares da cidade. Em janeiro, o vereador Pablo Almeida (PL) chegou a protocolar um projeto de lei que tratava do tema. 

Vereadores de situação e oposição ao prefeito Fuad Noman (PSD) atuam para que a regulamentação da profissão de mototaxista na capital seja construída no Legislativo Municipal, e não por meio de um decreto enviado pelo Executivo à Câmara.

“Em Minas Gerais, todos os municípios em que funciona o serviço de transporte de passageiros por aplicativos carecem de qualquer regulamentação. Vamos começar por Belo Horizonte, mas já estou conversando também com os prefeitos da Região Metropolitana”, afirmou Carlos Calazans. 

Leia também:

O carnaval é para todos! Mas será mesmo?

Agricultura dos EUA não identifica consultoria brasileira cancelada

TJMG adia julgamento de ação que questiona teto de gastos de Zema

Veja os Stories em @OFatorOficial. Acesse