As movimentações pela disputa da Presidência da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) se intensificaram nos últimos dias, mesmo com a disputa de 2º turno pela prefeitura ainda em aberto. Prevista para 1º de janeiro, dia da posse dos vereadores eleitos, a eleição interna da Casa já tem pré-candidatos defendidos por grupos políticos.
Atual presidente da Casa, o vereador Gabriel Azevedo (MDB) vai deixar o mandato em janeiro, mas conseguiu manter influência em parlamentares próximos a ele e, por conta disso, tem atuado para ser um player relevante na disputa. Nas conversas com o grupo de Fuad Noman (PSD) e com Bruno Engler (PL), há, em pauta, a possibilidade de apoio do prefeito eleito a um nome indicado por Gabriel.
Já o grupo que forma a atual base do prefeito Fuad também se movimenta para, dessa vez, não errar como em 2023 e emplacar um aliado na presidência da Câmara. O nome mais comentado é o do atual líder do governo na Casa, Bruno Miranda (PDT), mas ainda não há um martelo batido sobre isso – até porque, obviamente, a força de Fuad na negociação muda caso o prefeito consiga se reeleger.
Outro grupo, ou melhor, família que terá papel decisivo na disputa é o de parlamentares ligados ao secretário Marcelo Aro. A ‘Família Aro’ tem um nome natural para a disputa, o do vereador Juliano Lopes (Podemos), atual vice-presidente que, pelo acordo firmado com Gabriel em 2023, teria assumido a chefia da Casa no início deste ano. Com a ruptura política, Juliano nunca tomou posse do comando do Legislativo.
As bancadas mais ideológicas também não devem descartar participação relevante na eleição. O PL, de Engler, ainda aguarda o resultado das urnas no 2º turno para entrar mais firme nas articulações. É dado como certo que, em um cenário de vitória de Engler para prefeito, o PL terá um candidato próprio para a presidência da Câmara.
Peças em jogo
Um levantamento feito por O Fator distribuiu os 41 vereadores eleitos entre os atuais grupos políticos existentes na Câmara de BH. Confira:
Gabriel (6): Marcela Trópia (Novo), Irlan Melo (Republicanos), Osvaldo Lopes (Republicanos), Loíde Gonçalves (MDB), Braulio Lara (Novo) e Cleiton Xavier (MDB).
Fuad (12): Wagner Ferreira (PV), Juninho Los Hermanos (Avante), Wanderley Porto (PRD), Bruno Miranda (PDT), Helinho (PSD), Helton (PSD), Janaina Cardoso (União), Maninho Félix (PSD), Rudson Paixão (SD), Michelly Siqueira (PRD), Diego Sanches (SD) e Leonardo Angelo (Cidadania).
Aro (8): Juliano Lopes (Agir), Prof. Marli (PP), Lucas Ganem (Podemos), José Ferreira (Podemos), Cláudio Mundo Novo (PL), Tileléo (PP), Neném da Farmácia (Mobiliza) e Flávia Borja (DC).
Direita – PL (5): Pablo Almeida, Vile, Uner Augusto, Sargento Jalyson, Marilda Portela.
Esquerda (8): Iza Lourença (Psol), Pedro Rousseff (PT), Bruno Pedralva (PT), Luiza Dulci (PT), Edmar Branco (PCdoB), Cida Falabella (Psol), Pedro Patrus (PT) e Juhlia Santos (Psol).
Dúvida (2): Fernanda Altoé (Novo) e Pastor Arruda (Republicanos).
Observações
Apesar dos grupos, há, ainda, espaço aberto e chances de articulação que podem mover peças entre as partes. Por exemplo, o vereador reeleito Wagner do Sindjus é do PV e membro da bancada de esquerda, mas historicamente faz parte da base de Fuad na Casa. Há uma expectativa de que Edmar Branco (PCdoB) também acabe caminhando organicamente para uma maior proximidade da prefeitura.
Por outro lado, se Bruno Engler for eleito prefeito, o grupo político de Fuad na Câmara deve se desfazer por completo, se dividindo entre vários pequenos círculos.