TJMG marca data para julgar ação que questiona teto de gastos de Zema

Órgão Especial vai analisar ação ajuizada por sindicato contra trava orçamentária vigente desde agosto do ano passado
Foto mostra a sede do TJMG, em BH
Órgão Especial vai analisar ADI que questiona teto de gastos de Minas. Foto: Juarez Rodrigues/TJMG

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) marcou, para o próximo dia 26, o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) que questiona o teto de gastos decretado pelo governador Romeu Zema (Novo) em agosto do ano passado. O processo é de autoria do Sindicato dos Escrivães da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais (Sindep-MG).

Na ação, o Sindep-MG pede a revogação do teto de gastos. A trava orçamentária, que limita o crescimento das despesas primárias do estado à variação da inflação, entrou em vigor a reboque do ingresso de Minas Gerais no Regime de Recuperação Fiscal (RRF).

Segundo o Sindicato dos Escrivães, a decretação de um teto de gastos por meio de ato do poder Executivo invade a autonomia dos deputados estaduais e afeta o funcionamento do Legislativo e do Judiciário.

O governo de Minas Gerais, em sua defesa, argumenta que o decreto é legítimo e necessário para a adesão ao RRF. A entrada no plano de refinanciamento da dívida com a União já foi, inclusive, homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o Palácio Tiradentes, o decreto de teto de gastos não substitui as leis orçamentárias, tendo somente a função de contingenciar despesas.

Em dezembro do ano passado, Zema rejeitou o envio da ação ao Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), instância de conciliação do Tribunal.

O pedido de inclusão da ação na pauta de julgamento foi do relator do caso, o desembargador Edilson Olímpio Fernandes. O tema será analisado pelo Órgão Especial do TJMG.

Dívida mineira

Desde outubro do ano passado, Minas Gerais paga parcelas mensais da dívida com a União sob as diretrizes do RRF. O passivo chegou a estar em cerca de R$ 165 bilhões. A permanência do estado no arcabouço, entretanto, pode estar com os dias contados. Isso porque a equipe de Zema analisa a possibilidade de migrar para o Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados (Propag).

Sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no mês passado, o Propag tem como base a possibilidade de federalização de estatais estaduais como forma de amortizar os débitos dos governos locais. A expectativa do governo mineiro é encaminhar à Assembleia, nas próximas semanas, projetos que vão viabilizar a eventual mudança de rota no refinanciamento da dívida.

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