As mineradoras Vale, BHP Billiton e Samarco agora querem adiantar a assinatura da repactuação do acordo de Mariana para uma data anterior a 29 de outubro. Pelo que O Fator apurou, a nova pressa das empresas se dá por dois motivos.
O primeiro, é que Lula fará uma viagem para a Rússia no dia 22 de outubro, retornando ao Brasil no dia 27. A ida para a Europa geraria um atraso burocrático tanto na aprovação do texto final quanto na preparação das cerimônias para a assinatura.
O segundo motivo é o início do julgamento na Justiça de Londres de uma ação que pede indenização de mais de R$ 47,6 bilhões à BHP Billiton, em nome de atingidos pela ruptura da barragem.
Esse julgamento já teve início formal, mas deve começar a avançar, de fato, já na próxima semana com o início de audiências.
As negociações pela repactuação já duram anos e, por várias vezes, estiveram próximas a um acordo. Dessa vez, a questão parece sem volta, mas a data especulada para a assinatura já mudou várias vezes. Inicialmente, queriam em 6 de setembro. Depois, após o primeiro turno das eleições, 7 de outubro. Agora, uma nova previsão para o final de outubro. O novo esforço das mineradoras pode alterar isso mais uma vez.
Em agosto, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, chegou a revelar a terceiros que defendeu a Lula (PT) que a assinatura da repactuação não passasse de outubro “de jeito nenhum”.
A propósito, apesar de estar reta final por um acordo, o texto da repactuação ainda não está 100% “fechado”, mas faltariam poucos detalhes para sua conclusão, “pequenas ajustes em alguns temas, mas sem nenhuma grande discussão”.
No mês passado, Zema e outros membros do governo mineiro se reuniram com representantes da mineradora Samarco para discutir questões do pós-repactuação.
O texto final está sendo redigido por representantes da União, Minas, Espírito Santo e MP’s, e com as empresas Vale, Samarco e BHP Billiton.
A repactuação deve girar em torno dos R$ 137 bilhões, sendo destes R$ 37 bilhões alegadamente já gastos pela Fundação Renova.