Bruno Engler (PL) deverá adotar uma postura mais equilibrada e um tom mais moderado durante a corrida eleitoral para a Prefeitura de Belo Horizonte. Pelo menos é o que querem integrantes do “núcleo duro” de sua pré-campanha.
Segundo apurou O Fator, a ideia será mostrar o deputado como um candidato da chamada direita moderada, e se afastar do radicalismo dos bolsonaristas mais aguerridos como o próprio colega de partido, Nikolas Ferreira.
O desafio de Engler, contudo, será conciliar com os ânimos da “extrema” direita, que não suporta discursos sem acusações, ofensas e adjetivações de mau gosto – ainda que pertinentes – como chamar o presidente Lula de ladrão etc.
Bem de voto, mal de imagem
Dono de substanciais 635 mil votos em 2022, o bolsonarista depende visceralmente da participação direta de outras figuras de expressão política, como o próprio Jair Bolsonaro, seus filhos, o senador Cleitinho e Nikolas Ferreira, para se tornar mais viável.
Sem estes campeões de votos e de popularidade – quesito em que Engler é tido como fraco -, sua candidatura pode não decolar, aumentando a possibilidade de Mauro Tramonte (Republicanos) tomar seu lugar em um possível confronto com o centro e/ou a esquerda.
Recente pesquisa de O Fator/Ver mostrou Engler empatado em segundo lugar (6%) com Tramonte na intenção de votos espontâneos, atrás de Fuad Noman, do PSD (8%). Já na pesquisa estimulada, ocupa o segundo lugar com 13 % – Tramonte lidera com 25%.
Vai dar trabalho
Em desfavor de Engler pesam seu pouco conhecimento sobre temas locais e de suma importância para a população como saúde, educação e mobilidade urbana, e sua quase monotemática pauta eleitoral – de costumes – que não “cola” em eleições municipais.
Bruno também não é muito “bom de prosa”. É um pouco tímido, fala com certa dificuldade e seu raciocínio não é dos mais rápidos. Não à toa estar treinando muito, e com algum grau de sucesso, inclusive. Suas últimas entrevistas já mostraram evolução.
Nos últimos dias, a pré-campanha de Bruno Engler intensificou os contatos com marqueteiros e agências. A ideia é fechar ainda nesta semana, pois trabalho não irá faltar. O bolsonarismo é muito forte, sem dúvida. Mas longe de ser imbatível; principalmente se o candidato não ajudar.