Stock Car: meus (não) sinceros pêsames aos 4 peixinhos que morreram na Pampulha

Chega desse maldito complexo de vira-latas que nos faz perder eventos, negócios e equipamentos, principalmente para Rio e SP
Fuad Noman e Sergio Sette Câmara lutaram pela Stock Car em BH
Fuad Noman e Sergio Sette Câmara lutaram pela Stock Car em BH (Foto: Divulgação/BH Stock Festival)

Que coisa, né? O Mundo não acabou. A cidade não parou. A UFMG não desapareceu. Não houve um morticínio de animais. Os alunos da Universidade Federal de Minas Gerais não perderam mais aulas do que com as constantes greves. Os moradores da região não sofreram mais do que durante o carnaval ou os dias de shows e jogos dentro e fora do Mineirão. No máximo, apenas alguns peixinhos ficaram órfãos, tadinhos, depois que os papais e mamães-peixe saíram para buscar comida, mas não voltaram. 

Dessa vez, não foram o excesso de cocô, os aguapés que desoxigenam a água, o esgoto que outros municípios atiram na lagoa e os pescadores de fim de semana, mas o ronco maravilhoso dos possantes da Stock Car, que voaram baixo no belíssimo circuito de rua no entorno do Estádio Magalhães Pinto, os responsáveis pela “trágica” diminuição do cardume de piabas na lagoa da Pampulha. 

Vocês acham que estou brincando? Não estou, não, leitor amigo, leitora amiga. É claro que não sei se morreram peixinhos por causa do ruído dos motores, mas essa foi – acreditem! – uma das aberrações alegadas pelos militantes políticos e ambientais (fakes, pois meros oportunistas) que combateram, até a última hora, a realização do evento deste domingo (18) em Belo Horizonte.

Vamos aos números

Há sempre, nestes casos, ganhos tangíveis e intangíveis. E há legados incalculáveis, pois imateriais. Como medir o efeito das Olímpiadas de 1992 para a cidade de Barcelona, por exemplo? Mas, dentro do que se pode medir e valorar, há números grandiosos que ainda serão melhor detalhados nos próximos dias.

Mais de 70 milhões de reais em investimentos diretos. Cerca de 200 milhões de reais “injetados” na economia da cidade. Aproximadamente 30 mil turistas de todo o país. Mais de 20 milhões de reais em impostos para o município. Algo como dois mil empregos diretos. Além da transmissão da corrida para 171 países. Pessoal: vocês imaginam quanto custa, por segundo, a exposição de uma marca ou de um produto nas TVs abertas e por assinatura, e nas diversas plataformas digitais?

Calculem, então, o valor agregado de todos estes segundos, em todos os formatos de mídia existentes, por todo o planeta, antes, durante e depois dos treinos e da corrida deste domingo, e tentem encontrar os milhões de dólares – sim, de dólares! – em “mídia espontânea” revertidos para Belo Horizonte. Na boa… é grande demais!

Chega de complexo de vira-latas

Estão de parabéns, portanto, os organizadores da prova e a prefeitura de Belo Horizonte, especialmente o advogado Sergio Sette Câmara e o prefeito Fuad Noman (PSD), que tiveram de lutar contra adversários desleais – que usaram e abusaram de mentiras e de manipulação ideológica barata – para conseguirem transformar em realidade algo tão grandioso assim. 

Lado outro, lastimável a atuação de alguns órgãos do judiciário, que deixaram-se contaminar pelo jogo político-eleitoral e abdicaram de suas obrigações constitucionais, para agirem de forma quase ilegal contra a iniciativa privada. Igualmente, políticos como os pré-candidatos à Prefeitura de BH, os deputados federais Duda Salabert (PDT) e Rogério Correia (PT) – disclaimer: sou do tempo em que o plural exige a forma masculina -, que, mais uma vez, esqueceram da cidade e pensaram apenas em si mesmos e nas eleições vindouras.

O evento foi um sucesso de “cabo a rabo“, que encheu de orgulho o peito do belo horizontino apaixonado pela cidade. A organização esteve impecável, o trânsito muito bem planejado e sinalizado (nunca imaginei que iria elogiar a BHtrans, hehe) e o público presente – mais de 23 mil pessoas – mostrou que é possível curtir sem excessos e violência. 

Foi um dia memorável, para entrar para a história de Belo Horizonte. Espero que se repita nos próximos anos e, inclusive, incentive outros eventos deste porte e importância, que tragam ganhos para a cidade e elevem o nome e a imagem de BH diante de todo o mundo. Chega desse maldito complexo de vira-latas! Chega de perder – para Rio e São Paulo, especialmente – eventos, negócios e equipamentos (como a Arena MRV) por mesquinhez política, pensamento retrógrado, desonestidade intelectual e fanatismo ideológico. Ah! Por inveja também.

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