Candidato do PT à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), Rogério Correia alfinetou o colega de partido e também deputado federal Reginaldo Lopes. Em entrevista a “O Globo”, Rogério afirmou que Reginaldo não defendia a candidatura própria do PT em Belo Horizonte e que, depois da definição, passou a fazer campanha no interior. O concorrente ao Executivo municipal afirmou que o correligionário não é uma “liderança política” na capital. Ambos são distantes na política interna do partido.
“O Reginaldo tinha uma opinião contrária, mas depois que definiu ele acatou, mas também não engajou e está fazendo campanha no interior. Mas é onde ele tem mais presença. Na eleição passada ele teve sete mil votos na cidade, não é uma figura que seja uma liderança política, mas gostaria que ele tivesse engajado”, afirmou Rogério Correia.
Como mostrou O Fator na semana passada, auxiliares de Rogério intensificaram o discurso de que é preciso terminar a eleição deste ano com um desempenho superior ao obtido por Reginaldo em 2016, quando o deputado representou o PT na corrida à Prefeitura de BH. À ocasião, Reginaldo terminou com 7,27% dos votos válidos. A “O Globo”, Rogério negou a dissonância entre eles.
Em 2022, quando se candidatou a reeleição, Reginaldo Lopes registrou 14 mil votos em Belo Horizonte. De fato, o deputado articulou para que o PT apoiasse a reeleição de Fuad Noman (PSD) na cidade.
A candidatura de Rogério foi viabilizada pelas mãos, principalmente, da tesoureira nacional do PT, a mineira Gleide Andrade, com quem Rogério teria um acordo de apoio mútuo visando a eleição municipal e a disputa pela presidência do diretório estadual do partido, que vai ocorrer em 2025.
Ao longo da campanha, Rogério precisou lidar com a migração de quadros do PV e do PCdoB, com quem o PT forma uma federação, rumo à chapa de Fuad. Foi preciso, ainda, driblar a ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em BH. Um comício com a presença de Lula chegou a ser pré-agendado, mas não saiu do papel. Interlocutores petistas afirmam que o presidente não participou de eventos de campanha na capital mineira por causa de uma estratégia do Palácio do Planalto de “poupá-lo” de disputas eleitorais onde há concorrentes de outros partidos da base aliada — caso, por exemplo, do PSD.