CMU Energia: pioneirismo e sustentabilidade em Minas Gerais

A expertise e a experiência do engenheiro metalúrgico Walter Fróes têm propiciado metas e resultados audaciosos à empresa; expectativa é que o faturamento chegue a R$ 1 bilhão no ano que vem
vista aérea de uma das usinas da CMU Comercializadora de Energia
Uma revolução no setor elétrico nacional / Foto: Reprodução/CMU

A história da CMU Comercializadora de Energia converge com a trajetória recente do setor elétrico brasileiro. Criada no início dos anos 2000, quando a atividade enfrentava uma de suas mais graves crises, devido a uma sobrecarga no sistema elétrico nacional, acarretando sério risco de apagão, culminando, ainda, com o racionamento de energia em todo o País, a empresa, de Belo Horizonte, surgia com foco em consultoria de mercado e comercialização de energia para além das fronteiras de Minas.

Somado a isso, a expertise e experiência do engenheiro metalúrgico Walter Fróes, que já havia atuado por 15 anos na Magnesita, também contribuiu para a posição de destaque da CMU diante da abertura do Mercado Livre de Energia.

“Comecei a fazer a ponte entre geradores de energia no mercado livre com consumidores de alta tensão e, passados 20 anos, temos 60 profissionais, faturamento médio anual de R$ 250 milhões e atendemos todo o Brasil, envolvendo baixa, média e alta tensões”. E continua: “Temos solução para qualquer consumidor de energia, das residências aos pequenos comércios, e até as grandes indústrias”, resume, orgulhoso.

Mais de 20 anos depois, as fontes renováveis assumiram o protagonismo do setor, representando o presente e o futuro da produção mundial de energia e sobrevivência do planeta. Produzir energia renovável e abandonar fontes convencionais passaram a ser necessidades compartilhadas pelo mundo inteiro e, mais uma vez, a CMU, incorporada ao movimento, tem feito a diferença com esse tipo de projeto.

Walter Fróes: um visionário à frente da gigante mineira

Antes de ingressar no setor elétrico, Walter Fróes atuou por 15 anos na Magnesita. No fim dos anos 90, prestou sua primeira consultoria em energia –
Crédito: Izabela Munhoz

Neste cenário, Fróes tornou-se não apenas um empresário bem-sucedido, mas um defensor incansável de práticas sustentáveis. Sob sua liderança, a empresa tem se destacado na implementação de tecnologias verdes e soluções eficientes, por meio do desenvolvimento e implementação de projetos de energia renovável em Minas Gerais e outras regiões do Brasil e por meio de parcerias com empresas geradoras na construção de usinas fotovoltaicas. Este movimento, aliás, contribui sumariamente para a transição energética.

Para chegar até aqui, contudo, o caminho percorrido não foi nada fácil e envolveu diferentes etapas, cenários econômicos e políticos diversos e regulações abundantes do setor energético. Os primeiros desafios envolveram a própria crise energética, que ficou conhecida como o “Apagão de 2001”.

Mineiro de Patos de Minas, Fróes deixou a cidade rumo à capital no fim da década de 60. Formou-se engenheiro pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e após a longa passagem pela multinacional siderúrgica, ingressou, no fim dos anos 90, no setor elétrico. Inicialmente, prestando assessoria na montagem de uma usina térmica para o plano emergencial do governo diante do cenário de escassez energética do País.

“Com o nascimento do mercado livre, surgiram algumas oportunidades e fui descobrindo outras áreas na comercialização de energia. Mas o segmento ainda era muito fechado e apenas consumidores acima de 3 mil quilowatt (kW) de energia contratada podiam acessar o mercado livre”, conta.

O grande desafio à época, conforme explica o empresário, era convencer as pessoas de que se tratava de um bom negócio. “As pessoas não confiavam. Substituir a Cemig? Esse cara está louco, diziam. Que garantia eu tenho?”, recorda.

O Mercado Livre de Energia e o setor em Minas Gerais

A abertura veio ocorrendo de forma gradativa nos últimos anos. Em meados de 2019, os consumidores com demanda igual ou superior a 2,5 mil kW começaram a poder migrar e, em 2020, a liberdade de escolha chegou a consumidores com carga de 2 mil kW. Nos três anos seguintes, a diminuição do limite foi para 500 kW por ano, culminando, enfim, com consumidores com demanda inferior a 500 kW, em janeiro último.

Os anos passaram e a CMU somava 300 consumidores no mercado livre em sua base de clientes, até o fim do ano passado, número que chegou a 400 em um mês, com a ampliação do ambiente de contratação. A Portaria Normativa nº 50, de 2022, oficializou que, desde janeiro, todos os consumidores conectados em alta tensão poderiam optar pela compra de energia elétrica de qualquer concessionário, permissionário ou autorizado de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional (SIN).

Assim, daqui para frente, a meta da CMU será ainda mais ousada. “Queremos alcançar os 3 mil clientes no mercado livre até o fim do ano que vem. Isso vai ser possível pelo que estamos chamando de varejistas, que são os consumidores do Grupo A, com demandas menores. É o caso de shoppings, supermercados e outros comércios”, diz.

Diante tantas alterações, Fróes avalia que os desafios do setor também são outros. Ele destaca, hoje, a concorrência. “Não tem mais o desafio do convencimento. Agora é a concorrência. São mais de 200 comercializadoras habilitadas pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica)”, afirma.

Por isso, também, os negócios da companhia vão além da venda e gestão de energia no mercado livre. Desde 2018, a empresa atua com negociações de usinas para autoprodução e adesão de pequenos clientes à Geração Distribuída (GD). Antes, porém, ainda em 2013, Fróes implantou um sistema de autoprodução em sua própria residência.

CMU tem meta de faturar R$ 1 bilhão em 2025 com projetos dentro e fora de Minas Gerais

A aposta tem dado tão certo, que o objetivo para a área de GD é saltar dos atuais 135 mil clientes para 1 milhão no final de 2025. E, ainda, atingir a cifra de R$ 1 bilhão em faturamento no fim do mesmo ano, justamente em função da aposta na diversificação dos serviços e soluções.

O empresário reforça que, neste segmento, o número de clientes tem disparado ano a ano. A justificativa para tal é que a GD dispensa a instalação de painéis pelo consumidor e funciona como uma assinatura mensal, em que o cliente adere a um consórcio que, por sua vez, arrenda as plantas solares sob a gestão de uma comercializadora como a CMU. Dessa forma, um percentual do volume de energia gerado é atribuído a esse cliente, e é abatido na conta de energia. “A conta do consumidor chega a reduzir de 10% a 18% no valor total”, lembra.

Sustentabilidade

E como falar sobre o mercado de energia sem abordar a sustentabilidade? Neste quesito, o empresário lembra que o Brasil possui uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo e que é visto como exemplo para muitas nações. Para ele, o principal desafio talvez esteja na eletrificação do transporte – esta, sim, bastante atrasada.

“Quando o assunto é energia, somos exemplo para o mundo inteiro. O que existe na contramão é lobby. O único entrave está no transporte. Infelizmente, nossa malha rodoviária é muito maior que a ferroviária, o que também dificulta essa conversão. O alto custo é outro dificultador para o transporte de cargas. Por isso, eu iniciaria esse processo pela mobilidade”, sugere quem tem anos de experiência no mercado e foi pioneiro em diferentes momentos do setor energético nacional.

Pitaco do Kertzman

FILANTROPIA EM ALTA VOLTAGEM:

Walter é um homem de muita energia, com o perdão do trocadilho. Por isso, dentre suas diversas atividades empresariais e familiares (mimar o netinho recém-nascido, Thomás, por exemplo), há um espaço especial dedicado ao Próximo. Fróes é vice-presidente do Instituto Galo, braço social da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Atlético Mineiro. Bastante atuante e generoso, este atleticano de quatro costados não poupa tempo nem recursos no auxílio aos menos favorecidos.

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