Se até aqui a relação entre a gestão Juliano Lopes (Podemos) na Câmara Municipal e a Prefeitura de Belo Horizonte tem sido tranquila, interlocutores ligados à Casa garantem que os próximos meses podem reservar fortes emoções entre os Poderes da capital.
Pelo que O Fator apurou, a Câmara aguarda uma definição sobre a situação do prefeito Fuad Noman (PSD), licenciado desde janeiro por tratamento de saúde, para, possivelmente, subir consideravelmente o tom contra a prefeitura.
A ideia de um grupo de parlamentares é respeitar o momento de Fuad, mas se houver uma definição por uma licença de maior período, com o vice Álvaro Damião (União) assumindo por um longo período o Executivo, a Câmara desencadeará um processo de abertura de investigações parlamentares e bloqueio de pautas.
Pelo menos uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) já é certa e engatilhada: a da Educação, que terá como objetivo apurar denúncias enviadas por servidores municipais ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG).
A relação estremecida entre o grupo de parlamentares, integrado em sua maioria pela chamada Família Aro, ligada ao secretário de Estado de Governo, Marcelo Aro (PP), e a prefeitura não tem origem recente. Em 2023, a ex-presidente da Câmara e deputada federal Nely Aquino (Podemos) enfrentou um processo de anulação de votos pedido por Álvaro Damião, que, naquela eleição para a Câmara dos Deputados, ficou como suplente. A disputa durou meses, mas terminou com vitória para o Podemos, de Nely.
Desde então, a relação entre o grupo e Damião piorou. Na eleição para a Mesa Diretora da Câmara de BH, novo enfrentamento, com Damião articulando pela candidatura de Bruno Miranda (PDT) contra Juliano Lopes. Depois da vitória de Juliano, o próprio Marcelo Aro fez críticas públicas a Damião.