A menos de um mês para a eleição da próxima Mesa Diretora da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), a pré-candidatura do vereador Juliano Lopes (Podemos) à presidência da Casa segue como a única publicamente lançada. Em que pese as recentes vitórias da base do governo – como a autorização do empréstimo para a implantação do Move na Avenida Amazonas e a aprovação da reforma administrativa – o grupo em torno do prefeito reeleito Fuad Noman (PSD) nega que haja qualquer ligação entre os resultados das últimas votações e uma possível interferência do Executivo na formação da Mesa.
“Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”, resumiu o vice-líder do governo, o vereador Wagner Ferreira (PV). Segundo o parlamentar, mesmo com a força que o prefeito vem demonstrando na Câmara desde sua reeleição, a sequência de projetos do Executivo aprovados no Legislativo não deve alterar o compromisso assumido por Fuad de respeitar a decisão dos parlamentares.
“É absolutamente legítimo que, após a vitória nas urnas, um governo acumule maior respaldo no Poder Legislativo, e isso é que vem acontecendo em Belo Horizonte. Mas as eleições da Câmara são um processo independente, e o que vai definir o resultado é a escolha dos vereadores”, ressaltou Ferreira.
O líder do governo, vereador Bruno Miranda (PDT), afirmou que os diálogos seguirão até às vésperas do dia da eleição.
“As votações dessas últimas semanas não têm relação com a sucessão na presidência. Nós vamos seguir conversando com todos os vereadores. Ainda temos projetos importantes para serem votados esse ano. Vamos tentar decidir conversando com todo mundo para chegar no dia 1º (de janeiro) com uma definição tomada”, analisou ele, que, nos bastidores, tem o nome cotado para disputar o comando do Parlamento.
O apoio a Juliano Lopes segue sendo consenso entre grupos da oposição, como, por exemplo, a bancada do Novo. Segundo o vereador Bráulio Lara, a posição do partido já foi definida e a candidatura de Lopes contará com os votos dos três vereadores da legenda. “Da nossa parte, não há alterações que justifiquem qualquer mudança nesse sentido”, disse.
A possibilidade de uma ampla aliança em torno de Juliano Lopes é admitida inclusive pelo PT, que a partir de 1º de janeiro terá quatro cadeiras no plenário. De acordo com o líder do partido, Bruno Pedralva, a adesão dos petistas dependerá da articulação política que cerca a composição da Mesa e das comissões.
“A ocupação dos espaços na Câmara terá que respeitar o número de vereadores eleitos por cada partido e cada bloco. Nossa ideia é ter na Câmara uma gestão colegiada, em que os votos dos belo-horizontinos sejam respeitados na proporção em que foram confiados aos seus representantes”, concluiu.
No último dia 28 de outubro, circularam nas redes sociais imagens de um jantar em apoio à candidatura de Juliano Lopes. Estiveram presentes 23 parlamentares, entre vereadores eleitos e reeleitos para a próxima legislatura.