Assembleia vai pautar votação do RRF por ‘cautela’ com julgamento da dívida de Minas no STF

Apesar da decisão, texto não será votado caso Suprema Corte estenda liminar que suspende as parcelas do débito
Vista da sede da ALMG
Eventual prorrogação de liminar da dívida 'livraria' Assembleia de votar o RRF. Foto: Guilherme Bergamini/ALMG

Os debates a respeito da dívida de R$ 165 bilhões de Minas Gerais com a União terão um dia decisivo nesta quarta-feira (28), porque o Supremo Tribunal Federal (STF) levará, ao plenário, o julgamento dos rumos do débito. Em meio às incertezas quanto à postura da Corte ante o passivo, cujas parcelas estão suspensas desde 2018, a Assembleia Legislativa se prepara para a possibilidade de ter de votar em 2° turno a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) em segundo turno. O texto, inclusive, estará na pauta de projetos que poderão ser analisados na reunião plenária da noite desta quarta.

Segundo o presidente da Assembleia, Tadeu Martins Leite (MDB), os deputados estaduais de Minas aguardam “de forma ansiosa” o julgamento do Supremo

A decisão de incluir o RRF na pauta de votações, porém, está amparada no fato de a liminar que suspende as parcelas da dívida terminar nesta quarta. Caso a Corte não estenda o prazo, o ingresso na Recuperação Fiscal, ainda que de forma temporária, serviria para amortizar as prestações iniciais.

“Falei, a todo momento, que, se porventura, não tivéssemos mais tempo ou um novo caminho, a Assembleia pautaria o Regime de Recuperação Fiscal. Então, temos de aguardar o que vai acontecer na votação no Supremo Tribunal Federal, mas, por cautela, o Regime de Recuperação Fiscal já estará na pauta amanhã à noite. Na quinta-feira cedo, também iremos pautá-lo”, disse Tadeu, nesta terça-feira (28), ao assinar um protocolo desenvolvido pela Assembleia e pela Justiça Eleitoral para combater a desinformação nas eleições de outubro.

O texto-base que autoriza Minas a aderir ao RRF foi aprovado em 1° turno em julho, mas a votação final não aconteceu porque o STF expediu medida cautelar ampliando a carência da dívida. A equação tem, ainda, o Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados (Propag), que tramita no Congresso Nacional e é visto como uma alternativa mais adequada para equacionar as contas públicas locais.

“Se o Supremo tiver a sensibilidade de dar mais tempo (de suspensão das parcelas), o Regime não será votado”, garantiu o presidente da Assembleia.

RRF x Propag

O Propag, cujo autor é o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foi aprovado neste mês pelo Senado Federal. O arcabouço, já encaminhado à Câmara dos Deputados para exame, tem a federalização de ativos estaduais.

O plano de Recuperação Fiscal de Minas, delineado no ano passado, propõe, por exemplo, a privatização da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) — que, nos termos de Pacheco, seria repassada à União. 

Embora tenha chegado à Assembleia em 2019, a autorização para a entrada do estado no RRF nunca foi consenso entre os deputados. Parte dos parlamentares teme prejuízos ao funcionalismo e desinvestimentos públicos.

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