Guilherme Jorgui
Guilherme Peixoto
Suspensa desde novembro de 2016, a produção de soros por parte da Fundação Ezequiel Dias (Funed) ganhou combustível para ser retomada. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu, à instituição mineira, o Certificado de Boas Práticas de Fabricação (CBPF), último entrave formal para a retomada das atividades. Agora, a cúpula da Funed se prepara para uma reunião com o governador Romeu Zema (Novo) e o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, para definir a data do reinício dos trabalhos. Segundo O Fator apurou, o encontro deve acontecer em abril.
Se a produção de antídotos for, de fato, retomada a partir da obtenção do certificado da Anvisa, a Funed vai interromper uma sequência de adiamentos da previsão de retorno às atividades. Em junho de 2023, Baccheretti chegou a estimar a volta da fabricação dos compostos para novembro daquele ano.
Um impasse com o governo dos Estados Unidos da América (EUA), entretanto, freou os planos. À ocasião, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês) atrasou a entrega da permissão que serviria para liberar a entrada, no país, de bolsas de soro que seriam validadas pela Sartorius, laboratório que repassa, à Funed, itens essenciais ao processo produtivo dos antídotos.
Ainda no ano retrasado, a cúpula da Funed, liderada por Attiê, recalculou a rota e passou a prever a retomada da produção de soros para o primeiro semestre de 2024. Em meio à mudança no planejamento, um novo entrave surgiu: houve a detecção de um problema no sistema de ar comprimido da entidade.
A falha fez com que técnicos sugerissem o adiamento do prazo de reinício das atividades. Uma reunião para debater o tema, inclusive, terminou com dois pedidos de exonerações de servidores que defenderam postergar a data estimada para a retomada da produção. Attiê, à época, recusou a ideia.
Convênio com o Ministério da Saúde
A Funed atua na produção de soros que combatem o envenenamento por animais como escorpiões e cobras. Segundo Felipe Attiê, depois da retomada das operações, a fundação pretende firmar um convênio com o Ministério da Saúde, historicamente um dos principais compradores dos compostos de origem mineira.
“Ficamos muito satisfeitos com a emissão do CBPF, pois os critérios da Anvisa são muito rigorosos. Agradecemos aos servidores da Funed que contribuíram, diariamente, com essa missão que beneficiará todos os brasileiros”, disse o dirigente.
Uma fazenda da Funed com cerca de 150 cavalos que atuam como doadores de plasma para a produção dos soros também está sendo reestruturada.
