Círculo perverso: outrora algoz, dessa vez Trump é vítima

Bilhões de seres humanos estão capturados pelo ódio de líderes políticos tóxicos
Donald Trump sofre atentado nos EUA
Donald Trump é vítima de atentado nos EUA (Foto: Reprodução)

“O homem é o lobo do homem”, definiu Thomas Hobbes – filósofo inglês (1588-1679) – em tese inequívoca e comprovada ao longo da história desta espécie estranha, capaz de salvar e matar, amar e odiar, festejar e guerrear. Se os dinossauros foram extintos por um meteoro errante, o que dizer da humanidade, um gigante cometa kamikaze que atenta contra a própria vida?

Nunca o homo sapiens esteve tão próximo do abismo do apocalipse. E não porque sua natureza piorou. Ao contrário. A civilização trouxe ganhos fundamentais neste sentido, ou já teríamos nos devorado uns aos outros. A extinção iminente é potencialmente maior porque, hoje, somos capazes de agredir, ferir e matar mais e melhor (se é que entendem o sentido de “melhor”).

Sim. Eu disse iminente. Sob a ótica universal – e atemporal para gerações humanas -, se o fim do bicho homem ocorrer amanhã, semana que vem ou daqui a mil anos dará no mesmo. A esquina do fim da humanidade está logo ali e estamos no meio do quarteirão, caminhando a passos rápidos e largos. A palavra de ordem é destruir. E não é de hoje, não.

Matamos-nos há milênios; desde de sempre eu acho. Por comida, por posse, por território, por poder, por prazer. Guerreamos por crenças, ideologias, vaidade, abandono. O ódio primitivo. A fúria da aniquilação pelo medo da própria morte. A sedução da força bruta em contrapartida à construção difícil da conciliação. Pensar dá muito trabalho. Bater, não.

Trump é vítima de lobos. Mas de alcateia diversa, pois ele próprio um canídeo. Não se engane, leitor amigo, leitora amiga. Todos nós, em maior ou menor grau de exposição e cumplicidade, pertencemos a alguma, por mais selvagem ou mais “civilizada” que seja. Se não alvejamos, ainda, com projétil de aço um desafeto, o fazemos com palavras e atitudes.

Líderes como o bufão alaranjado há aos montes, infelizmente, por todos os cantos da Terra. O extremismo não escolhe raça, gênero, religião, ideologia, idade, etnia. Bilhões de seres humanos estão capturados pelo ódio dos agentes do extermínio, armados com palavras fáceis, chavões simplórios, pistolas, fuzis e ogivas nucleares. Os lobos estão vencendo.

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