A articulação que levou à aprovação, em primeiro turno, do PL 660/2023, que prevê mudanças na legislação da Outorga Onerosa para auxiliar empreendedores a construírem prédios dentro de Belo Horizonte, na Câmara Municipal, passou por orientações vindas de Brasília, de setores empresariais e pegaram carona, ainda, na crise de relacionamento entre a Prefeitura de BH e membros da base do prefeito Fuad Noman (PSD).
O projeto foi aprovado por 29 votos favoráveis – incluindo, ali, vereadores do Avante, do União Brasil – sigla que já acertou apoio à reeleição de Fuad e deve indicar o vice – e até mesmo do PSD, partido do prefeito, que orientou de forma contrária ao texto.
Como O Fator mostrou nesta quinta (16), uma mudança no cargo de uma indicada pelo Avante provocou uma crise com o partido, que entregou outros cargos indicados na SLU. A votação dos parlamentares Juninho Los Hermanos e Claudiney Dulim de forma favorável à proposição da Outorga Onerosa, indo no caminho contrário à orientação da PBH, foi vista como uma segunda resposta do partido aos interlocutores de Fuad.
Os votos dos “aliados” da prefeitura, no entanto, não foram somente recados à crise. Vereadores receberam, ao longo do dia, diversas ligações de entidades e lideranças partidárias para votar pelo projeto.
Apesar disso, membros da prefeitura minimizaram a votação e, em anonimato, afirmaram à coluna que o resultado pouco teve a ver com movimentações de base e oposição. Já a orientação contrária ao texto seria, na realidade, somente uma forma de manter a posição antagônica a movimentações políticas do presidente da Câmara, Gabriel Azevedo (MDB), que apoiou o projeto, assinado por três vereadores de seu grupo: Fernando Luiz (Republicanos), Cleiton Xavier (MDB) e Loíde Gonçalves (MDB).